Multirão realiza limpeza de propaganda politica na cidade

Desafiando a legislação, placas e cavaletes de candidatos a vereador e prefeito continuam prejudicando pedestres e motoristas que circulam pelas principais vias de São José dos Campos. De acordo com levantamento feito por O VALE nos cartórios eleitorais da cidade, desde o início da campanha, em julho, foram apreendidos 246 materiais que estariam irregulares, entre bandeiras, cavaletes e placas.

O maior número de ocorrências foi registrado na região sul, da cidade onde 175 peças de propaganda já foram retirados. “A última grande apreensão que tivemos aconteceu há uma semana. Tiramos cerca de 135 itens e acabou enchendo um caminhão. Levamos para a Urbam, onde eles trituram ou reciclam no caso da madeira”, afirmou Luís Fernando Vaz, chefe do cartório da 412ª Zona Eleitoral.

A única região que não registrou nenhuma ocorrência foi a leste. Isso porque os candidatos retiraram as propagandas no prazo de 48 horas após terem sido notificados, como manda a legislação eleitoral. Os cartórios não informaram, no entanto, quais os candidatos, partidos ou coligações que mais infringiram as regras nesta campanha.

De acordo com o juiz da 411º Zona Eleitoral, Luís Guilherme Cursino de Moura, os cavaletes móveis podem ficar nas ruas das 6h às 22h, desde que não atrapalhem a passagem dos pedestres e a visão dos motoristas. Os cavaletes também não devem estar em lugares públicos como praças, templos e áreas verdes.

“Caso os cartórios recebam denúncias, o candidato com o cavalete irregular é notificado e tem 48 horas para retirar a propaganda. Caso contrário, ele pode ser multado por desrespeitar a lei”, disse o juiz. A multa para as propagandas irregulares com cavaletes, placas ou bandeira varia de R$ 2.000 a R$ 8.000.

O VALE constatou ontem excesso de propagandas eleitorais em locais de grande fluxo de pessoas e carros, como a avenida Nelson D’Ávila, na avenida dos Astronautas e na orla do Banhado. O grande volume de materiais espalhados pelos candidatos foram criticados pelos eleitores.

“Tem cavalete que atrapalha demais os motoristas, desviando a atenção. Acho que os políticos deveriam colocar algo mais decente e menos chamativo”, disse o pedreiro Manoel Rosa, 56 anos. Opinião semelhante tem o operador de máquinas Luciano Marcelo Silva, 40 anos. Ele acredita que as propagandas que ficam no meio da rua não ajudam o eleitor a definir seu voto.

“Se a pessoa vai votar, ela estuda antes, assiste a pessoa falando na televisão e na rádio. Não é uma foto em um cavalete ou em uma placa que vai definir meu voto. Isso pode até prejudicar os próprios candidatos”, afirmou Silva.

Na opinião do cientista político da Unitau (Universidade de Taubaté) José Maurício Cardoso Rego, os eleitores têm que denunciar as propagandas irregulares para impedir que elas se proliferem. “É importante que as pessoas postem fotos nas redes sociais ou até mesmo façam denúncias pelo site do Tribunal Regional Eleitoral para que essas infrações não se repitam”, afirmou o especialista.

Para ele, os candidatos são os culpados pelos erros na divulgação de seus nomes e têm que orientar corretamente seus auxiliares. “Não importa se quem colocou os cavaletes ou placas tenha sido o cabo eleitoral. O candidato deve orientar sua equipe para que ele não venha a ser punido”, disse o cientista político da Unitau.

O Vale