IBGE aponta que igreja cresce, mais riqueza diminui

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que São José dos Campos perdeu riqueza entre 1999 e 2009 e caiu no ranking nacional e estadual das cidades com maior índice de PIB (Produto Interno Bruto) a soma de todos os bens e serviços produzidos na cidade.

No período, o município aumentou o PIB de R$ 9,740 bilhões para R$ 22,018 bilhões, mas não o suficiente para ganhar posições na lista das cidades mais ricas. Em 1999, São José ocupava a 12ª posição no Brasil e a 5ª no Estado de São Paulo das cidades mais ricas.

Dez anos depois, caiu para a 19ª posição no país e a 8ª no Estado, sendo ultrapassado por Osasco, Barueri e Santos. No plano nacional, perdeu para Osasco, São Bernardo do Campo, Barueri, Duque de Caxias, Betim, Recife e Santos.

“Houve crescimento nominal no PIB, mas queda no valor real. Calculo que a cidade vem perdendo cerca de R$ 300 milhões ao ano, em média”, disse o economista e advogado Roberto Koga, que fez o estudo da queda da riqueza analisando dados do IBGE e do governo federal.

A diferença entre real e nominal é o quanto, efetivamente, a subida do PIB representa em aumento dos recursos para investimento na cidade. Ganhar mais não significa que se pode gastar mais. Segundo Koga, a retração econômica provocou diminuição de 29,2% no repasse do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) ao longo da década, refletindo na menor disponibilidade de dinheiro para investimento no município.

A principal causa para a redução da riqueza em São José, segundo o economista, foi a perda gradual de competitividade e do poder de atrair novas empresas. Ele justifica a opinião com números. Em 1999, o PIB do setor industrial na cidade foi de R$ 4,475 bilhões, colocando São José como a terceira maior riqueza industrial do país, perdendo apenas para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Com PIB industrial de R$ 9,998 bilhões, em 2009, São José caiu para a sétima maior riqueza industrial do país, perdendo lugar para os municípios de Manaus (AM), Campo dos Goytacazes (RJ), Betim (MG) e São Bernardo do Campo. “A competitividade está cada vez mais agressiva. Nessa batalha, não se admite acomodação, que pode provocar um retrocesso”, afirmou Koga.

O Vale

Publicado em: 23/10/2012