Crise não abala o indice de exportação na cidade

As cidades exportadoras do Vale do Paraíba começaram o ano com um volume de vendas ao exterior maior do que em 2011. No primeiro bimestre do ano, as exportações subiram 10% em São José dos Campos e 17% em Taubaté, em relação ao mesmo período do ano passado.

Os setores aeronáutico e automotivo foram os responsáveis pelo crescimento do montante vendido ao exterior, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgados ontem.

Em São José, os principais destinos da exportação foram os Estados Unidos e a China, graças a negócios da Embraer. O valor vendido ao exterior nos dois primeiros meses do ano, US$ 528 milhões, surpreendeu a liderança empresarial da cidade.

“Estou surpreso. Como (a exportação) pode aumentar tanto se a indústria está devagar, com produção em baixa”, questionou o diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São José, Almir Fernandes.

Por outro lado, a Argentina, principal destino das exportações do município em 2011, registrou neste bimestre queda de 64% nas encomendas ao Brasil, resultado do embargo de autopeças promovido pela presidente argentina Cristina Kirchner no início de fevereiro.

“Por isso é que estão tentando mudar essa situação em São Paulo (sede do Ciesp). Enquanto não resolver esse problema, o negócio vai ficar desta maneira”, disse Fernandes. Em Taubaté, o montante exportado no primeiro bimestre do ano foi de US$ 202 milhões.

Segundo o diretor regional do Ciesp de Taubaté, Fábio Duarte, a indústria automobilística da cidade, representada por Ford e Volkswagen, tem conseguido se sobressair do momento de retração na atividade industrial por contratos já assinados.

“Tão logo novos contratos entrem em negociação é que teremos o maior impacto nas exportações. (Ford e Volks aumentaram as exportações) porque estão utilizando contratos anteriores à crise”, disse. Apesar de queda de 3% no volume exportado no bimestre em relação a 2011, a Argentina continua sendo o principal destino das vendas ao exterior de Taubaté, seguida de perto pelo México (veja quadro nesta página).

A crise na LG Electronics, por sua vez, foi sentida no balanço do MDIC. Na comparação entre o primeiro bimestre deste ano com o de 2011, o volume de produtos de telefonia móvel exportado caiu 97%.

Desde o início da queda na produção da fabricante com unidade em Taubaté, mais de 500 pessoas foram demitidas na LG. A crise também atingiu a cadeia produtiva da empresa, com mais de 700 cortes, segundo dados do Ciesp.

“A situação (da LG) deve melhorar um pouco em março. Temos informação de que há novos contratos e alguns trabalhadores estão fazendo hora extra. Por isso, alguns demitidos devem ser recontratados por já serem funcionários treinados”, disse Duarte.

O Vale