São José dos Campos é a terceira cidade do interior do Estado que mais recebeu loteamentos nos últimos 12 anos. Desde 2000, foram 25.305 lotes. São José ficou atrás de Sorocaba e São José do Rio Preto, com 42.697 e 28.850 lotes, respectivamente. Os dados foram levantados pelo Secovi a partir da compilação de dados do Graprohab (Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo).
Segundo Sérgio Guimarães Pereira Júnior, que possui uma empresa em São Paulo especializada em urbanização de terrenos residenciais e industriais, os números revelam a escassez de terrenos e os altos valores cobrados por imóveis na cidade de São Paulo, o que têm elevado a procura por loteamentos no interior do Estado.
“Há uma forte tendência de valorização das regiões situadas no interior de São Paulo”, disse Sérgio. O presidente da Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba), Cléber Córdoba, disse que todas as classes sociais são responsáveis por esse número. Segundo Cléber, as classes A e B estão fugindo do centro da cidade para lugares mais afastados, procurando mais tranquilidade e segurança.
“Eles estão querendo mais segurança e empreendedores estão investindo nisso. É muito comum os loteamentos mais afastados terem um padrão alto para atrair estas classes”, afirmou Córdoba. Para o secretário de Planejamento Urbano de São José dos Campos, Osvaldo de Paula, houve uma consolidação nos loteamentos em todas as regiões da cidade, o que ocasionou a criação de lotes.
Outra razão apontada pelos especialistas pelo número expressivo de novos lotes criados na cidade é de ordem financeira. Os lotes são uma boa fonte de investimento. Nos últimos anos foi a aplicação que mais rendeu. “Levantamentos de alguns anos atrás mostram que os imóveis valorizaram mais de 50%. Os investidores vêm atrás do que é certo. Hoje, ninguém que comprar um terreno e sair no prejuízo”, afirmou Córdoba.
Por conta desta valorização, Sérgio Guimarães diz que muitos moradores de São José preferem comprar lotes nas cidades vizinha. “Cidades como Caçapava e Pindamonhangaba atraem joseenses porque é possível encontrar terrenos com preço inferior.
Os dados não batem com os números da prefeitura. Segundo o secretário de Planejamento Urbano, Osvaldo de Paula, nos últimos 16 anos foram 23.396 lotes. “A diferença pode estar na forma como é contado os lotes. Talvez os números estejam contando um terreno em uma avenida que foi divido e transformado em lote.”
A prefeitura faz a contagem de lotes a partir da divisão de loteamentos.
O Vale