Rede de saúde da cidade é falha para moradores

A menos de dois meses para deixar o cargo, o secretário de Saúde de São José dos Campos, Danilo Stanzani Junior, comemora acertos e admite erros na condução da pasta mais criticada durante a campanha eleitoral. O tom de reprovação também aparece na população, que reclama da falta de médicos e do atraso em realizar consultas, cuja fila de espera chega a 37 mil.

Em uma entrevista exclusiva a O VALE, Stanzani afirma que as unidades básicas de saúde não cumprem o seu papel, que é tratar da maior parte dos problemas da população e desafogar as unidades de emergência e os hospitais, quase sempre lotados.

“Os profissionais não estão comprometidos com a prevenção. Tem que mudar de ideia”, diz ele. Esse distanciamento, segundo ele, fez com que as unidades perdessem a capacidade de resolver os problemas. O que se recomenda em saúde pública é que 80% das consultas básicas sejam resolutivas, ou seja, que o problema se resolva ali.

“Mas o paciente chega ao clínico não para uma consulta, mas para pedir encaminhamento ao especialista. O clínico, para não ter o embate, acaba encaminhando e gera esse excesso de demanda para especialidade.” Para ele, o diagnóstico da rede revelou que não falta médico na cidade, mas que a categoria está quase toda concentrada na rede hospitalar. “Estamos deficitários na rede básica.”

Tendo assumido a secretaria em meio a uma das maiores crises da pasta, em maio de 2011, Stanzani precisou enfrentar uma greve capitaneada por médicos e pelo Sindicato dos Servidores Municipais. Ele diz ter enfrentado “radicais” e faz o mea-culpa admitindo que errou ao se distanciar dos médicos. “Com relação a eles, eu me penitencio, tivemos uma relação muito ruim.”

O Vale

Publicado em: 05/11/2012