Muitos consumidores foram pegos de surpresa ontem nos supermercados de São José e região com o fim das sacolas plásticas. No Vale e Litoral Norte, pelo menos 53 redes de supermercados, totalizando 80 lojas, aderiram à medida. Em São José, 15 supermercados participam da ação, entre eles as redes Pão de Açúcar/ Extra, Carrefour, Piratininga e Villarreal.
A partir de agora, o consumidor deve carregar as compras em sacolas biodegradáveis ou recicláveis. Os supermercados também oferecem caixas de papelão para facilitar a compra. No Spani Atacadista, há quatro opções de sacolas disponíveis. A mais barata custa R$ 0,19 e a mais cara é vendida por R$ 1,99.
Com dois carrinhos lotados e sem ter outra opção, a faxineira Maria José de Souza, 57 anos, precisou gastar quase R$ 10 para levar cinco sacolas de R$ 1,99. “É o jeito, mas agora eu já compro e venho preparada das próximas vezes. Apesar de ter sido pega de surpresa, eu aprova a ideia, vai ser boa para o meio ambiente”, disse.
De acordo com o gerente do Spani, José Alceu Teixeira, o estoque das sacolas já foi abastecido. Com o início da medida, a unidade deverá economizar cerca de R$ 30 mil por mês. O Spani fixou cartazes informando os preços das sacolinhas no lado de fora do imóvel. Para o guarda industrial aposentado José Moreira, 65 anos, que também concorda com a ideia, a esperança é que os supermercados revertam a economia em descontos.
“Já comprei minhas sacolas apropriadas e ficou barato. Eu concordo com a iniciativa, mas acho que os mercados devem dar algo em troca para nós, como descontos.” Mais de 40 milhões de sacolas plásticas são usadas por mês apenas em São José. Segundo o presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), João Galassi, o objetivo da campanha ‘Vamos Tirar o Planeta do Sufoco’ é o fim da cultura do descarte.
“Estamos orientando os associados desde agosto de 2011, com farta comunicação. Pelo resultado de hoje (ontem), a Apas está confiante de que a adaptação será tranquila”, disse ele. Para o diretor do Procon de São José, Sérgio Werneck, os supermercados devem oferecer alternativas ao cliente.
CONSUMIDOR
Segundo o Procon de São José, os supermercados não devem impor a venda das sacolinhas e devem oferecer outras alternativas para o consumidor. “Estamos atentos porque não são eles que devem pagar pela mudança. Muitos consumidores já vieram reclamar e vamos agir de acordo com a lei. Recomendo que todos reclamem”, disse o diretor do Procon, Sérgio Werneck.
O Vale