4º Campeonato Embraer de Miniplanadores na cidade

Alunos de escolas públicas e privadas de São José e Botucatu se preparam para o 4º Campeonato Embraer de Miniplanadores. Ontem, o Parque da Cidade, na região norte de São José, foi palco dos treinos livres de voo. A competição acontece no dia 24 de novembro, a partir das 8h.

O objetivo é fazer o miniplanador voar em linha reta e mantê-lo o maior tempo no ar. Alunos, professores e voluntários garantem que é possível aliar estudo com diversão. “São conhecimentos novos, uma imersão no conteúdo. Trabalha mente e corpo. É um bom hobby”, disse o estudante César Augusto Siqueira Santos, de 14 anos.

Ao todo, 23 equipes 19 de São José e 4 de Botucatu foram auxiliados durante o ano por voluntários da Embraer, que realizaram oficinais nas escolas para contribuir com o desenvolvimento dos miniplanadores. “O objetivo do projeto é fortalecer a educação. Ele desperta o interesse dos alunos pela competição e mostra a importância da matemática para aplicas nas experiências, da língua portuguesa para preencher os relatórios, além de ver o alunos criar uma relação de valorização com a escola e despertar a valorização para a cultura disse”, Mariza Scalabrin, gerente de desenvolvimento social do Instituto Embraer.

Tem de tudo. Desde isopor, bandeja de queijo e presunto a vara de pesca. A regra é exatamente essa. Utilizar material alternativo para produzir os miniplanadores. “Estamos envolvidos no projeto desde abril. E de lá para cá já testamos várias ferramentas como isopor normal e denso. É muito bom participar”, disse o estudante Leonardo Rocha, de 12 anos.

“Criamos as regras para desenvolver no aluno a vontade de estudar e pesquisar. Tem uns que saem daqui querendo ser engenheiro. É muito motivador”, disse o engenheiro e um dos idealizadores do projeto, André Van de Schepop.

No dia do evento serão realizadas seis baterias. Passa de fase o grupo que conseguir pelo menos três voos válidos. A equipe vencedora tem o direito de escolher fazer uma visita à Embraer ou ao Museu Catavento de São Paulo. Para o público, será reservado um espaço para brincadeiras de aviação. A expectativa é receber cerca de 1.000 pessoas no parque. “É especial ver a realização de um projeto”, disse a dona de casa e mãe de aluno, Fabiana Santos, de 38 anos.

Todas as escolas de São José, públicas e particulares, podem participar do Campeonato Embraer de Miniplanadores. O edital com as regras é divulgado sempre no início do ano no site www.institutoembraer.com.br. Uma escola pode inscrever mais de uma equipe desde que os alunos estejam cursando os três últimos anos do ensino fundamental.

Uma das regras é a entrega de um relatório, escrito à mão, do planejamento da construção do miniplanador e o desenho dele. Durante o ano, são realizadas seis oficinas duas teóricas e quatro práticas. “Orientamos, falamos dos conceitos de aeronáutica, técnicas de voo e os alunos colocam a ‘mão na massa’”, disse o engenheiro André Van de Schepop.

A ideia dos organizadores é ampliar a competição e somar mais equipes nos próximos anos. Escolas de Botucatu e Gavião Peixoto também podem participar. “O que mais me motiva é poder passar o conhecimento e ver nos olhos dos alunos a paixão pela aviação”, disse o voluntário da Embraer, Adílson de Souza, de 40 anos.

O Vale

Publicado em: 16/11/2012

Mundo das Miniaturas atraem Fãs por coleções na cidade

Eles constroem sonhos em miniatura. Alçam voo, mergulham nas profundezas do mar e vão às estrelas com seus modelos do real. Fazem principalmente do plástico a ferramenta com que dão vida à criatividade. Como construtores do mundo de Gulliver, os plastimodelistas fazem pequeno para sonhar grande. Montar aviões, carros, navios, tanques e até espaçonaves em escala reduzida é o terceiro hobby com mais praticantes no mundo. Só perde para o aeromodelismo (miniaturas que voam) e o ferreomodelismo (trens).

Não se sabe quantas pessoas na região se dedicam à atividade, mas 53 delas são associadas à IPMS-São José, que é filiada à International Plastic Modelers Society, entidade internacional que congrega modelistas do mundo todo. No Vale, eles se reúnem no último domingo de cada mês no MAB (Memorial Aeroespacial Brasileiro), em São José, para trocar experiências, peças e contar as novidades. Ainda organizam uma exposição competitiva em abril.

Ao lado de suas criações, gente como o desenhista e empresário Lauro Ney Batista, 50 anos, volta a ser criança por alguns instantes, embora construir modelos não seja brincadeira para eles. “Nenhuma outra atividade estimula o conhecimento em tantas áreas do conhecimento humano”, diz.

Batista, que já teve 100 aeronaves em casa, se dedica agora a construir aviões da 2ª Guerra Mundial, uma das épocas históricas preferidas dos modelistas. “Usamos kits prontos ou criamos as peças observando o modelo real”, conta ele. Com 419 miniaturas em casa, sendo que 296 esperam para ser montadas, o engenheiro mecânico Ney Ferreira, 50 anos, é apaixonado por veículos militares, como tanques, caminhões e embarcações.

Também tem uma queda por dioramas, que são os cenários criados em escala reduzida. Um deles, uma cena do filme “Band of Brothers”, ele demorou dois anos para montar e vendeu para um insistente médico numa feira em Santos. “Ele ofereceu R$ 5.000 e não pude recusar”, afirma.

Mas vender modelos não é característica dos colecionadores. Eles não se importam em ganhar dinheiro com o hobby. Pelo contrário. Gastam milhares de reais se a peça for rara o suficiente para merecer o investimento. “Trouxe três malas gigantes com mais de 100 kits dos Estados Unidos em 2011. Fui em uma competição internacional e comprei muito. O preço estava bom lá, mas a Receita Federal não perdoou aqui. Paguei mais de R$ 1.000 em imposto”, conta o advogado Sérgio Gonçalves, 43 anos, de Taubaté.

Outra “loucura” fez o advogado e piloto Laércio Tavares, 51 anos, modelista desde a infância. Ele foi de ônibus ao Paraguai para comprar cinco modelos e um aerógrafo. Mas quem tem literalmente a cabeça nas “nuvens” é o engenheiro Glauco Novaes, 44 anos, de Jacareí, apaixonado por ficção científica. O vilão Darth Vader e a nave de Luke Skywalker estão entre seus modelos preferidos. “Montar é quase uma terapia”, diz.

O Vale