Manifestantes realizarão carreata pró impeachment em São José

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No intuito de divulgar o ato do dia 13 de março, quando milhões de pessoas sairão às ruas por todo Brasil protestando contra o Governo Federal, movimentos civis e voluntários vão promover neste sábado, 27, uma carreata pró impeachment em São José dos Campos.

Com início às 9h, partindo da Paróquia São Bento, no Jardim Morumbi, a carreata seguirá pelas zonas sul e central, terminando na Praça Afonso Pena, local onde ocorrerão as manifestações no município.

Além da carreata, panfletagens em diversos pontos da cidade foram agendadas para os próximos dias. “Voluntários, tanto na carreata, quanto nas panfletagens, serão bem-vindos”, concluiu Mauro Santos, coordenador do Movimento Brasil Livre São José dos Campos .

Manifestantes são expulsos da frente do Paço Municipal

O prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida (PT), mandou ontem a Guarda Municipal acabar com o acampamento montado em frente ao Paço Municipal pelo Movimento Passe Livre havia oito dias. Segundo o governo, a decisão foi tomada após a constatação de que um adolescente consumiu droga no local, tendo sido encaminhado para a Diju (Delegacia da Infância e Juventude). Às 19h10, agentes da Fiscalização da Secretaria de Defesa do Cidadão entregaram aos líderes do movimento uma notificação administrativa dando 30 minutos para os manifestantes desmontarem as barracas e retirarem faixas e cartazes pregados nos portões do Paço.

Os jovens acampados fizeram uma assembleia e resolveram não levantar o acampamento. Como não obedeceram à ordem de desocupação, às 19h40 um grupo de 60 homens da Guarda Municipal que já estavam de prontidão no térreo partiram para cima dos jovens, armados com revólveres, escudos, gás de efeito moral e escopetas. A estudante Beatriz Almeida, que tem síndrome do pânico, foi atingida por gás quando tentava sair do meio da confusão.

Os manifestantes não resistiram à ação da Guarda e sentaram no chão pedindo calma. Depois de um diálogo tenso, os acampados retiraram as barracas que estavam montadas na calçada da prefeitura e levaram para o outro lado da rua. Novamente, a Guarda e a Fiscalização agiram para desobstruir o passeio público. Eles pegaram um sofá do local, madeiras, cartazes e outros objetos do acampamento e jogaram em cima de um caminhão que estava a serviço da prefeitura. A ação de desocupação foi coordenada pelo capitão da Polícia Militar, Marcelo Oliveira, pelo secretário de Defesa do Cidadão, José Luis Nunes, e pelo gabinete do prefeito. De dentro da prefeitura, eles monitoraram a ação da Guarda e movimento dos manifestantes por meio de câmeras que gravam imagens da frente do Paço.

A prefeitura mandou os servidores saírem do prédio por causa da desocupação. Às 21h, depois que todo o acampamento já havia sido desmontado, o capitão Oliveira foi embora pela garagem privativa, que fica no subsolo da prefeitura. O secretário José Luís Nunes disse que “a ação foi tranquila, feita a partir do código de posturas, que cumpriu legislação municipal, que diz que o passeio público não pode ser obstruído por barracas”.

Ele disse também que “recebeu reclamações de munícipes que não conseguiam ir ao Paço e que reclamaram de segurança”.  O advogado do MPL, César Trunkel, disse que “eles não enfrentaram a força da Guarda e que vão recorrer à Justiça ”. Para prefeito, remoção foi feita dentro da legalidade. O prefeito Carlinhos Almeida (PT) defendeu a ação da Guarda Civil Municipal na ação de remoção do pessoal do MPL (Movimento Passe Livre) que estava acampado em frente à prefeitura.

Carlinhos, que participava da audiência do POP (Planejamento do Orçamento Participativo), no bairro Campos de São José no momento da desocupação, disse que a guarda não agiria com violência e usaria a força dentro do que a legislação prevê. “Mas nem isso foi necessário” disse. Segundo ele, a gota d’água para a tomada de decisão de retirar o pessoal foi a identificação de um adolescente utilizando entorpecente no acampamento. “Foi constatado esse fato. Não podemos permitir, em hipótese alguma, uma acampamento em frente à prefeitura com jovem usando entorpecentes”, afirmou.

Carlinhos relatou que no começo houve compreensão com o movimento, mas o governo passou a receber reclamações de munícipes e de vizinhos pela presença do MPL na porta do Paço. “O passeio público não pode ser obstruído”. Logo após ser informado que um grupo do MPL se dirigia para a audiência, Carlinhos, sua mulher, a vereadora Amélia Naomi (PT), e o secretário de Transportes, Wagner Balieiro, deixaram o local.

Cidade pode ter novo protesto hoje com moradores

O Movimento Passe Livre (MPL) volta hoje às ruas de São José dos Campos para um novo protesto contra a tarifa de ônibus na cidade. Os organizadores esperam levar cerca de 30 mil pessoas à manifestação, que tem início previsto para as 16h na praça Afonso Pena, no centro o percurso não foi divulgado. O MPL pede a redução do preço da passagem para R$ 2,80, valor que vigorava até fevereiro, quando ocorreu o último aumento. Ontem entrou em vigor a tarifa de R$ 3, fixada pelo governo Carlinhos Almeida (PT) após a onda de protestos. “Realizamos na quinta-feira a maior manifestação de São José e de amanhã hoje vai ser ainda maior”, diz Danilo Zanelato, do MPL.

Cerca de 17 mil pessoas já haviam confirmado presença pelo Facebook. O MPL se reuniu ontem com sindicalistas e partidos políticos para acertar a participação deles no ato. “Vamos respeitar a decisão de não levar bandeiras e estaremos no ato porque fazemos parte das lutas políticas dessa cidade”, disse Antonio Donizete Ferreira, presidente do PSTU. Assim como na semana passada, comércio, supermercado, restaurantes e bancos devem fechar as portas mais cedo, às 15h, temendo saques e vandalismo. A Câmara antecipou o horário da sessão de hoje para às 10h.

O secretário de Transportes de São José, Wagner Balieiro, chamou os representantes do MPL para uma reunião na noite de sexta-feira e, segundo o movimento, “deu a entender” que a onda de protestos deveria ser encerrada. “Ele nos disse que a tarifa de R$ 3 era o limite que eles poderiam chegar”, afirmou o porta-voz do movimento, Paulo Monteiro, 24 anos. Balieiro não comentou o assunto ontem. O movimento pretende continuar com as manifestações. “Queremos uma ação clara do prefeito Carlinhos e do secretário Balieiro: revoguem o aumento.” Ontem, o prefeito disse considerar “muito difícil” baixar a tarifa a R$ 2,80. O preço da passagem de ônibus sofreu duas reduções em pouco mais de uma semana. A primeira revisão ocorreu no último dia 15, quando o bilhete passou de R$ 3,30 para R$ 3,20.

O comércio na região da Praça Afonso Pena deverá amargar pela segunda semana consecutiva a queda nas vendas, por causa do protesto de hoje contra as tarifas. Na semana passada durante os protestos, os comerciantes fecharam uma hora antes dos manifestantes se concentrarem na praça. O centro ficou vazio, como em dia de feriado. ‘A gente vai observar o movimento. Se as lojas fecharem, nós vamos fechar também e, é claro, vamos deixar de vender’, disse a sub-gerente das lojas Ivis Calçados, Ariana Carvalho Santos.

A gerente de uma relojoaria, que não quis se identificar, disse que a loja já guardou os objetos de valor e que terá problemas com as vendas novamente. ‘As pessoas ficam com medo de vir para a cidade. Isso acaba atrapalhando a gente a conseguir fechar nossas metas de venda’, afirmou. A Associação Comercial e Industrial (ACI) vai fechar às 15h30. Um estacionamento da praça também irá fechar neste horário, porque não possui seguro para os veículos guardados. Os bancos devem decidir hoje se haverá expediente na parte da tarde. Na escola Olímpio Catão, que fica na praça, a diretoria ainda vai avaliar se os alunos terão aula à noite.

A prefeitura vai decidir hoje se encerra o expediente mais cedo. Na quinta-feira passada, no primeiro ato de protesto, os servidores foram dispensados às 16h. O Forum também deve fechar durante os protestos. A Câmara Municipal vai realizar a sessão na parte da manhã e, provavelmente, dispense os funcionários mais cedo. O vereador Shakespeare Carvalho (PRB) discordou da mudança. “A Câmara deveria estar aberta para receber os estudantes.”

Hoje é dia de protesto aqui em São José

Os protestos contra as tarifas do transporte público na região devem se intensificar hoje, com mobilizações simultâneas em pelo menos 9 cidades. O maior ato está programado para São José dos Campos, onde quase 30 mil pessoas haviam confirmado presença por meio do Facebook em uma passeata pelas principais ruas do centro. Os manifestantes vão se concentrar na praça Afonso Pena a partir das 16h. O protesto deve avançar até o início da noite pegando o horário da volta dos trabalhadores para casa.

O protesto é organizado pelo Movimento Passe Livre, composto em sua maioria por estudantes, mas deverá ser ‘engrossado’ por sindicalistas, ex-moradores do Pinheirinho e militantes de partidos políticos. Também haverá manifestações em Taubaté, Jacareí, Caçapava, Guaratinguetá, Lorena, Cruzeiro, Caraguatatuba e Ilhabela. A tarifa do transporte coletivo de São José é a mais cara da região, mesmo com a recente redução de R$ 3,30 para R$ 3,20 feita com base nas desonerações de impostos concedidas pelo governo federal ao setor de transporte público. O novo valor da passagem, anunciado antes da onda de protestos no país, vigora desde o último sábado.

“Queremos que o preço da tarifa volte a ser de R$ 2,80 \[valor que era praticado antes do último reajuste, em fevereiro”, afirmou Paulo Monteiro, 24 anos, membro do Movimento Passe Livre (MPL) em São José. “O ato não será feito apenas hoje. Vamos fazer protestos até a tarifa ser reduzida.” A prefeitura se diz disposta a dialogar com os manifestantes, mas não sinalizou se poderá rever a tarifa. Ontem, o secretário de Transportes, Wagner Balieiro, informou que agentes acompanharão o protesto para organizar o trânsito. O prefeito Carlinhos Almeida (PT) está em Paris, na França, em uma feira do setor aeronáutico. O medo de possíveis atos de vandalismo durante as manifestações afetou o comércio da cidade, que fechará as portas mais cedo, e a Câmara, que decidiu antecipar o horário da sessão de hoje para as 9h.

Pressionadas pela recente onda de protestos, as prefeituras de Jacareí e Ubatuba anunciaram ontem reduções no valor das tarifas do transporte público. Em Jacareí, a passagem de ônibus, que subiu de R$ 2,80 para R$ 3,20 em março, vai passar para R$ 3,15 a partir do próximo domingo. Segundo a administração, o decreto que reduz o preço da tarifa foi assinado ontem pelo prefeito Hamilton Mota (PT) após estudo sobre o impacto das isenções do PIS e da Cofins sobre os serviços de transporte coletivo, que passou a valer no início deste mês. Em Ubatuba, a redução vai ser maior. O valor da tarifa vai passar de R$ 3,10 para R$ 2,90 para os passageiros que usam o sistema de bilhetagem eletrônica. Já para o pagamento em dinheiro, o preço será R$ 3. O novo valor é válido a partir de hoje. O governo Maurício Moromizato (PT) alega que ainda negociou com a empresa Expresso Verdebus a garantia de renovação de parte da frota municipal ainda nesse ano.

Antes de Jacareí e Ubatuba, outras quatro cidades da região já haviam anunciado reduções de tarifa após o início da onda de protestos. Em Ilhabela, a passagem passou a custar R$ 2,80 ontem o preço anterior era R$ 2,90. Em São Sebastião, o valor do bilhete cairá de R$ 3,05 para R$ 2,95 na semana que vem. Em Guaratinguetá, o preço da tarifa vai passar de R$ 2,95 para R$ 2,84 em 18 de julho. São José reduziu o preço da passagem de R$ 3,30 para R$ 3,20 no último dia 15, antes das manifestações, com base nas isenções de PIS e Cofins.