O Movimento Passe Livre (MPL) volta hoje às ruas de São José dos Campos para um novo protesto contra a tarifa de ônibus na cidade. Os organizadores esperam levar cerca de 30 mil pessoas à manifestação, que tem início previsto para as 16h na praça Afonso Pena, no centro o percurso não foi divulgado. O MPL pede a redução do preço da passagem para R$ 2,80, valor que vigorava até fevereiro, quando ocorreu o último aumento. Ontem entrou em vigor a tarifa de R$ 3, fixada pelo governo Carlinhos Almeida (PT) após a onda de protestos. “Realizamos na quinta-feira a maior manifestação de São José e de amanhã hoje vai ser ainda maior”, diz Danilo Zanelato, do MPL.
Cerca de 17 mil pessoas já haviam confirmado presença pelo Facebook. O MPL se reuniu ontem com sindicalistas e partidos políticos para acertar a participação deles no ato. “Vamos respeitar a decisão de não levar bandeiras e estaremos no ato porque fazemos parte das lutas políticas dessa cidade”, disse Antonio Donizete Ferreira, presidente do PSTU. Assim como na semana passada, comércio, supermercado, restaurantes e bancos devem fechar as portas mais cedo, às 15h, temendo saques e vandalismo. A Câmara antecipou o horário da sessão de hoje para às 10h.
O secretário de Transportes de São José, Wagner Balieiro, chamou os representantes do MPL para uma reunião na noite de sexta-feira e, segundo o movimento, “deu a entender” que a onda de protestos deveria ser encerrada. “Ele nos disse que a tarifa de R$ 3 era o limite que eles poderiam chegar”, afirmou o porta-voz do movimento, Paulo Monteiro, 24 anos. Balieiro não comentou o assunto ontem. O movimento pretende continuar com as manifestações. “Queremos uma ação clara do prefeito Carlinhos e do secretário Balieiro: revoguem o aumento.” Ontem, o prefeito disse considerar “muito difícil” baixar a tarifa a R$ 2,80. O preço da passagem de ônibus sofreu duas reduções em pouco mais de uma semana. A primeira revisão ocorreu no último dia 15, quando o bilhete passou de R$ 3,30 para R$ 3,20.
O comércio na região da Praça Afonso Pena deverá amargar pela segunda semana consecutiva a queda nas vendas, por causa do protesto de hoje contra as tarifas. Na semana passada durante os protestos, os comerciantes fecharam uma hora antes dos manifestantes se concentrarem na praça. O centro ficou vazio, como em dia de feriado. ‘A gente vai observar o movimento. Se as lojas fecharem, nós vamos fechar também e, é claro, vamos deixar de vender’, disse a sub-gerente das lojas Ivis Calçados, Ariana Carvalho Santos.
A gerente de uma relojoaria, que não quis se identificar, disse que a loja já guardou os objetos de valor e que terá problemas com as vendas novamente. ‘As pessoas ficam com medo de vir para a cidade. Isso acaba atrapalhando a gente a conseguir fechar nossas metas de venda’, afirmou. A Associação Comercial e Industrial (ACI) vai fechar às 15h30. Um estacionamento da praça também irá fechar neste horário, porque não possui seguro para os veículos guardados. Os bancos devem decidir hoje se haverá expediente na parte da tarde. Na escola Olímpio Catão, que fica na praça, a diretoria ainda vai avaliar se os alunos terão aula à noite.
A prefeitura vai decidir hoje se encerra o expediente mais cedo. Na quinta-feira passada, no primeiro ato de protesto, os servidores foram dispensados às 16h. O Forum também deve fechar durante os protestos. A Câmara Municipal vai realizar a sessão na parte da manhã e, provavelmente, dispense os funcionários mais cedo. O vereador Shakespeare Carvalho (PRB) discordou da mudança. “A Câmara deveria estar aberta para receber os estudantes.”