São José dos Campos foi oficialmente incluída na Copa do Mundo de 2014. A cidade assinou, na manhã de ontem, um pré-contrato com a Fifa para sediar um Centro de Treinamento de Seleções. A escolha do estádio Martins Pereira foi anunciada em evento no Museu do Futebol, em São Paulo.
O catálogo com os 54 locais escolhidos, lançado ontem pelo COL (Comitê Organizador Local), ainda terá duas novas versões, que serão divulgadas no primeiro e no segundo semestres de 2013. Taubaté, Guaratinguetá, Caraguatatuba e Campos do Jordão seguem na briga por essa oportunidade.
Além do estádio Martins Pereira, a Fifa avalia o complexo esportivo do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), em São José, para abrigar outra seleção do Mundial. O anúncio da escolha de São José promete impulsionar a geração de empregos em toda a cidade.
A novidade, em contrapartida, expôs as fragilidades do município, que necessita de melhorias na estrutura do aeroporto local e da vinda de hotéis cinco estrelas para atender à demanda de turistas que irão assistir à Copa no país.
O prefeito Eduardo Cury (PSDB) afirmou que vários aspectos favoreceram a cidade na escolha da Fifa. “A aprovação de São José pelo comitê da Fifa mostra a capacidade do município de receber grandes eventos, coloca a cidade em evidência e incrementa o turismo. Essa escolha é reflexo do bom momento pelo qual passa o esporte da cidade. Estamos muito orgulhosos disso”, disse Cury.
O secretário de Esportes, Sérgio Francisco Theodoro, o Théo, responsável pelo plano apresentado à Fifa, destacou que a prioridade da prefeitura, a partir de agora, será melhorar a rede hoteleira. “Esse será o foco. Não temos um hotel cinco estrelas, com ênfase maior no turismo. Precisamos de investidores do ramo, para que possamos trazer um grande hotel para cá”, disse o secretário.
Capacitar profissionais dos setores hoteleiro e gastronômico é outra preocupação na cidade. Por conta disso, o Sinhores (Sindicato dos Hotéis e Restaurantes) já iniciou curso de capacitação para trabalhadores da região. “Precisamos qualificar a mão de obra. Não só em São José, mas em toda a região. Já oferecemos cursos de idiomas para os funcionários e capacitamos garçons e camareiras”, afirmou o presidente do sindicato, Antonio Ferreira Júnior.
A cidade possui 7.000 leitos em 45 hotéis, número considerado insuficiente para a demanda, segundo Ferreira Júnior. A oportunidade de sediar um centro de treinamento vai movimentar o comércio de São José. A ACI (Associação Comercial e Industrial) ainda não tem uma estimativa relacionada à geração de empregos na cidade, mas o presidente da entidade, Felipe Cury, diz que a ordem é se preparar para essa nova demanda.
“Vai haver geração de emprego e geração de negócios. E São José está preparada para isso. Tanto é verdade que, na sinalização da cidade, já existe indicações em inglês”, disse. “Mas há urgência de incrementar o nosso comércio de rua. Precisamos deixar as lojas mais bonitas, porque os turistas chegam para conhecer toda a cidade”, afirmou.
O Vale