Cidade tem vagas de empregos para seguranças e zeladores

O número de postos de trabalho para zeladores e porteiros praticamente dobrou em São José dos Campos no primeiro bimestre de 2013, no comparativo com o mesmo período do ano passado. Até fevereiro, o Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) abriu 24 vagas para contratação de profissionais da área. Em 2012 foram 13.

A alta na oferta de empregos no setor é puxada pelo aumento de condomínios na cidade e principalmente pela preocupação da população com a segurança. O piso salarial para vigilantes é de R$ 1.085 e para porteiros de R$ 910, além do adicional por riscos e benefícios.

No condomínio em que o líder de vigilância Clayton Crisóstomo trabalha são sete vigilantes e quatro porteiros. Eles controlam o acesso de visitantes e fazem a segurança do local. Para ele, um ramo que oferece oportunidade de crescimento profissional “É um mercado que tem crescido bastante. Depois de cinco meses na empresa, já fui promovido a líder”, disse. Para ocupar o cargo, os vigilantes precisam ter um curso específico, licenciado pela Polícia Federal. O preparo exigido é maior do que para os porteiros.

Mercado de trabalho
Uma empresa de segurança de São José dos Campos tem 120 vigilantes trabalhando em condomínios e empresas da cidade. Segundo o diretor da empresa, Eduardo Santos, apesar da exigência por capacitação menor, as vagas para porteiro são as mais difíceis de serem preenchidas.

De acordo com a gerente de RH da empresa, Cristiane Perreti, a procura por vagas está alta. “Eu recebo em média uns 100 curriculuns por semana de portaria. Mas o porteiro precisa se reciclar, ter um curso de informática por exemplo”, afirmou.

G1 (Vnews)

Publicado em: 13/03/2013

Casa própria já é a nova missão do novo Prefeito na cidade

São José tem quase 28 mil pessoas na fila da habitação à espera de uma casa própria popular. São pessoas, em sua maioria, em vulnerabilidade social e financeira. É caso, por exemplo, de Maria Vandeslânia da Silva Gama, 36 anos. Com três filhos entre 7 e 18 anos, ela vive com R$ 622 por mês oriundos de um benefício saúde. Num ou noutro mês, a renda melhora sensivelmente, quando o filho mais velho consegue um trabalho temporário e ajuda nas contas.

Maria não consegue trabalho, pois é deficiente visual. Por mês, paga R$ 500 de aluguel para morar numa residência humilde no Jardim Interlagos, zona sul. “Moro nesta casa há 33 anos. Entrei na fila por uma casa só recentemente, quando perdi a visão direita. Depois disso, vi que não existe inclusão. Ninguém quer contratar uma pessoa com deficiência”, disse Maria.

A fila da qual Maria faz parte vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Em 1997, primeiro ano de mandato do ex-prefeito Emanuel Fernandes (PSDB), eram 14 mil inscritos. Com as 1.300 famílias despejadas do ex-acampamento dos sem-teto no Pinheirinho neste ano, a fila reúne hoje cerca de 28 mil pessoas. Dobrou em 16 anos de governos tucanos.

No período, a média de casas populares construídas foi de 387 por ano. Mantida a proporção, levaria 72 anos para acabar com o déficit habitacional da cidade isso se a demanda ficar estagnada. São José também esconde uma cidade invisível, que passa quase despercebida do poder público. Na listagem oficial, reconhece-se a existência de 93 bairros clandestinos na cidade. Paralelamente, outros 41 surgiram nos últimos anos.

Nesses núcleos irregulares, que cresceram à revelia da administração municipal, vivem pelo menos 50 mil pessoas. Entre elas está Vera Lúcia de Souza, 47 anos, que mora no Jardim Coqueiro com dois filhos, de 13 e 14 anos. É sem hesitação que ela enumera problemas que a atingem enquanto moradora de loteamento clandestino.

“Primeiro, somos discriminados. Quando estou numa loja para comprar alguma coisa e falo que eu moro no Jardim Coqueiro, vem aquele olhar de ‘você é um invasor’. Nós não temos manutenção nas ruas. É, pode confiar, no máximo uma vez por ano que vemos a prefeitura melhorando os buracos das ruas. É muito pó, muita gente com problemas respiratórios, muita água parada.”

Vera critica ainda a falta de ônibus, já que são poucas linhas e poucos carros atendendo bairros populosos como Jardim Santa Inês 1 e 2, Frei Galvão e Jardim Coqueiro. “Estamos ao léu.” A habitação deve dominar o debate eleitoral neste ano em São José. Os sete candidatos a prefeito da cidade explicam hoje a O VALE como pretendem trabalhar o tema.

Enquanto isso, Maria e Vera sonham com uma vida melhor. “Nem sei te explicar o que seria uma casa para mim, independentemente do lugar. O importante é não pagar aluguel. Aí, poderia comprar roupas para os meus filhos”, disse Maria. “Somos irregulares por culpa de um loteador. Compramos nosso terreno e falta a regularização. Queremos pagar impostos e termos um olhar mais humano para nós”, afirmou Vera.

O Vale

Aumento de 100% na fila para casa própria na cidade

Mais 1.634 famílias devem entrar na fila de espera por uma moradia em São José dos Campos com o cumprimento da ordem de reintegração de posse no acampamento sem-teto do Pinheirinho, zona sul da cidade. Com elas, a fila deverá reunir quase 28 mil pessoas, segundo números da prefeitura, ou beirar os 32 mil inscritos, conforme levantamento paralelo do PT.

Considerando o índice oficial, 28 mil pessoas na fila por uma moradia representam um aumento de 100% no acumulado dos quatro governos tucanos em São José Emanuel Fernandes, de 1997 a 2004, e Eduardo Cury, de 2005 a 2012.

Em 1997, primeiro ano de mandato do ex-prefeito Emanuel Fernandes, a fila reunia 14 mil inscritos. De lá para cá, a média de casas populares construídas no município foi de 387 por ano. O número de moradias construídas no período não seria suficiente nem mesmo para atender a fila existente no começo da ‘era tucana’.

Existente desde 2004, o acampamento sem-teto do Pinheirinho reúne hoje 1.704 famílias. Segundo a Prefeitura de São José, apenas 70 delas estão inscritas nos programas habitacionais da cidade, esperando por uma casa.

Na última semana, O VALE pediu uma avaliação ao governo Eduardo Cury sobre o aumento que a fila da moradia no município sofrerá com o cumprimento da ordem de reintegração de posse do Pinheirinho. A administração municipal disse que só se pronunciaria sobre o assunto posteriormente, pois no momento estava concentrada em oferecer condições de atender emergencialmente os desabrigados, conforme solicitação da Justiça.

Para o governo tucano, o tamanho da fila de espera pela casa própria na cidade é resultante da falta de políticas habitacionais das gestões anteriores.

O Vale