Pátio do Bola Branca não comporta mais carros

Com 17 anos sem a realização de leilões, o pátio Bola Branca, o único de São José dos Campos responsável por abrigar veículos recolhidos pela Justiça, não tem mais espaço para receber novas apreensões. O último leilão ocorreu em 1995 e desde então os carros se acumulam no local. São 874 automóveis a espera de uma solução.

A situação foi agravada em 2007, quando o outro pátio existente na cidade deixou de receber esse tipo de apreensão. “A maioria desses carros está atrelada a pendências judiciais ou criminais, que muitas vezes levam anos para serem resolvidas, o que não é interessante para quem faz o serviço”, disse Álvaro Cesário da Conceição, proprietário do pátio.

De acordo com o empresário, hoje não existe nenhum tipo de contrato legal com o município ou Estado. Há somente um acordo em que as empresas recolhem os carros sem custo para a polícia e depois cobram dos proprietários o serviço de guincho e a diária do pátio.

“O problema é que muitas vezes a dívida com prestações atrasadas, multas, impostos e taxas é tão alto, que não compensa para o dono buscar o veículo. Ai esse carro pode ficar encalhado por mais de 10 anos.” Para piorar a situação o pátio, que fica na Vila São Bento, zona sul, planeja desativar parte de suas instalações.

“Hoje eu faço esse serviço em dois terrenos alugados, mas o dono de um deles não vai mais renovar o contrato de locação e eu terei que devolver a área”, disse o empresário. A solução do problema seria a realização de leilões mais frequentes. A legislação diz que após 90 dias, se o proprietário não recuperar o automóvel ele já está liberado para ser leiloado.

A delegacia seccional de São José, responsável pela realização dos leilões, informou que no momento está fazendo um levantamento dos veículos existentes para a programação de um leilão. O órgão informou ainda que também estuda a realização de uma nova licitação para regularizar a situação dos pátios. “Primeiro precisamos fazer esse estudo, para saber o que existe e depois saber o que pode ser feito”, disse Antônio Alvaro de Sá, delegado assistente da delegacia.

O Vale

Publicado em: 09/10/2012

Aumento Automobilistico afeta o ar da cidade

A quantidade cada vez maior de veículos nas ruas piorou a qualidade do ar nas maiores cidades da região, como São José e Jacareí que contam com frota superior a 435 mil veículos. Em ambas, conforme relatório da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado do São Paulo) divulgado ontem, durante 11 dias do ano passado foi detectado índice inadequada de ozônio.

O ozônio resulta de um processo a partir da combinação de substâncias procedentes da queima incompleta de combustíveis veiculares e voláteis, que reagem com a luz solar e originam o ozônio, que é nocivo à saúde. Indústrias e veículos são apontados como os principais vilões. A região também é impactada pelo tráfego na via Dutra, especialmente de caminhões e ônibus. Por dia, segundo a NovaDutra, circulam na região cerca de 130 mil veículos.

O ozônio encontrado na faixa de ar próxima do solo, onde respiramos, chamado de “mau ozônio”, é tóxico. Ele pode causar ou agravar problemas do aparelho respiratório e nos olhos. Na estratosfera, a cerca de 25 quilômetros de altitude, o ozônio forma uma espécie de filtro e age como escudo protetor da Terra.

Jacareí ganhou no começo do ano passado uma estação de monitoramento da qualidade do ar da Cetesb. Portanto, não há dados dos anos anteriores na cidade. Na região, apenas São José contava com o equipamento. A estação mostra que o índice de saturação de ozônio vem oscilando em São José desde 2002, quando em 14 dias do ano a cidade ultrapassou o padrão aceitável. O índice caiu para 2 dias em 2006 e subiu para 19 em 2010.

“No geral, a qualidade do ar esteve entre boa e regular, com predominância de boa. Mas a quantidade de veículos e fábricas, além do clima, influencia bastante”, disse Maria Helena Martins, gerente da divisão de qualidade do ar da Cetesb.

Para a meteorologista Ana Catarina Perrella, professora da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), é preciso estudar com mais profundidade os dados da Cetesb, combinando com informações sobre vento e dispersão de poluentes, para se ter uma ideia mais precisa da região. “A poluição está presente na região”, disse.

A qualidade das praias no Litoral Norte melhorou no ano passado na comparação com 2010, mas a tendência na última década é de piora. Relatório divulgado ontem pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado do São Paulo) mostra que, em 2011, 36% das praias monitoradas no Litoral Norte estiveram próprias para banho durante o ano todo o órgão monitora 77 das 184 praias. A porcentagem de praias péssimas foi 4%.

A avaliação do índice ao longo dos últimos 10 anos revela uma tendência de piora, segundo a Cetesb, com a diminuição das praias que permanecem próprias para banho o ano todo. Essa tendência pode ser explicada pelo aumento de cerca de 20% da população nesse período em conjunto com a deficiência na coleta dos esgotos na região. “O desafio é ampliar o saneamento, que está ocorrendo, e evitar as invasões”, disse Débora Moura, bióloga da Cetesb.

O Vale