SindusCon preve alta de 30% em imóveis na cidade

O SindusCon (Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo) projeta para 2012 expansão de 30% no crédito para financiamento de imóveis em relação a este ano, quando já houve crescimento na mesma faixa. A notícia anima os empresários da construção civil da região, uma vez que o financiamento é a modalidade de compra escolhida em até 80% do total das vendas no Vale do Paraíba.

Depois de um segundo semestre de desaceleração na comercialização de imóveis, as construtoras e imobiliárias estimam a retomada nas vendas já no início de 2012. “O financiamento é a grande mola propulsora das vendas de imóvel. No ano que vem, podemos projetar um crescimento maior do que 2011 em função da necessidade brasileira de crescimento”, afirmou o diretor regional do SindusCon, José Luiz Botelho.

Das mais de 15 mil unidades lançadas ou disponíveis para comercialização em São José, 77% já foram vendidas. Deste total, de 70% a 80% foi fruto de financiamento. O restante veio de vendas à vista, mais comuns em imóveis de alto padrão, e financiamentos junto à própria incorporadora, com prazos menores para o pagamento.

O financiamento foi a modalidade escolhida pela auxiliar de produção Flávia Alcântara, 38 anos, de São José, para adquirir um imóvel de dois dormitórios na zona sul de São José. Depois de vender um carro para dar entrada no apartamento há pouco mais de dois anos, ainda tem mais de 30 parcelas para quitar a compra. “Realmente demora para pagar e sei que as taxas de juros são altas. Mas, se não fosse pela possibilidade de financiar, nunca teria comprado”, disse.

A taxa de juros para o financiamento, que em alguns casos pode chegar a dois dígitos ao ano, também preocupa o radialista Fernando Badelocchi, 54 anos. Ele saiu de São Paulo para procurar imóveis em São José a fim de investir. “O sistema bancário tem que ganhar menos. Mesmo estando no interior, os preços estão altos. Aqui, o padrão médio é considerado baixo. Está fora da realidade”, disse Badelocchi.

O sistema campeão em financiamento é o programa federal Minha Casa Minha Vida, com taxa de juros até oito pontos percentuais abaixo das convencionais. Segundo o vice-presidente da Acist (Associação das Construtoras e Imobiliárias de Taubaté), Hodges Danelli, a aprovação da Região Metropolitana do Vale do Paraíba deve movimentar ainda mais o mercado de imóveis do Vale.

“O governo está interessado em fortalecer a construção civil, que gera empregos e movimenta a economia. A RMVale vai impulsionar muito mais esse mercado. Em Tremembé, por exemplo, o valor dos imóveis vai passar de R$ 100 mil para R$ 170 mil”, disse. Em Taubaté, há hoje 3.411 imóveis disponíveis para venda.

Para os empresários e corretores da região, a crise econômica que atingiu o mercado internacional foi a responsável pela diminuição da confiança do consumidor, reduzindo o ritmo das vendas de imóveis.

O Vale