Desde a semana passada, os moradores da ocupação do Pinheirinho, zona sul de São José dos Campos, estão de prontidão para resistir a uma possível reintegração de posse da área e evitar que percam a casa onde moram e seus pertences. A tensão é tamanha que muitos deixaram de trabalhar para proteger a casa e a família da invasão pela Polícia Militar, que é temida por todos no local e pode acontecer a qualquer
momento.
Quem tem filhos pequenos redobra a atenção na hora de vigiar a casa, como é o caso do pedreiro Antônio Lúcio Bispo, de 51anos. Ele é pai de quatro crianças, sendo que a mais nova nasceu na última quinta-feira. “Na última semana trabalhei apenas dois dias, o resto fiquei em casa, para proteger meus filhos e minha moradia”, afirmou Bispo.
Situação semelhante é a do operador de máquina Benedito Sidnei Castilho, de 33 anos. O pior é que ele não sabe se ainda está empregado. “Como não conversei com meu chefe, não sei se colocaram alguém no meu lugar. Ninguém veio falar comigo”, disse Castilho.
Alguns moradores do Pinheirinho, entretanto, contam com a compreensão dos patrões, que os liberam quando é preciso. “Eu fico indo e voltando toda hora, mas o meu supervisor entende o meu caso”, afirmou Wesley de Abreu, 24 anos.
Depois de uma semana tensa, de acordo com o autônomo Luiz Santos, 37 anos, a vida no Pinheirinho se acalmou um pouco no sábado e no domingo. “Durante a semana o medo volta”, disse Santos.
O Vale