Criado para complementar o sistema de ônibus na periferia da cidade, o transporte alternativo de São José dos Campos está à beira de um colapso. O problema é resultado da demora de mais de um ano da prefeitura em instalar nas vans o sistema de bilhetagem eletrônica que permite ao usuário pagar uma única passagem por um período de duas horas mesmo usando diferentes linhas.
A Secretaria de Transportes também decidiu proibir a venda do passe de papel que era a principal forma de pagamento dos usuários ao sistema de transporte alternativo. Hoje, quem pretende usar a van só pode pagar pela tarifa em dinheiro.
Sem o benefício do bilhete único e sem passe de papel, os passageiros foram obrigados a migrar para os ônibus que são mais lentos e tem uma abrangência de atendimento menor nos bairros da periferia. O pedido da categoria para ser incluída no sistema eletrônico de cobrança foi feito em abril do ano passado quando a prefeitura instalou o bilhete único em 100% das linhas de ônibus.
O reflexo é que os motoristas amargam hoje uma queda de 60% no faturamento e alguns colocaram até seus veículos à venda por não conseguirem pagar as prestações de compra. A queda é comprovada pelos números oficiais da prefeitura. Em abril de 2011, o transporte alternativo transportava 17 mil passageiros por mês. Hoje, ele atende cerca de 12.900 pessoas redução de 24%.
“Todos os dias escuto reclamação de passageiros, mas nossa parte já fizemos”, afirmou Pedro Macedo, 68 anos, motorista de Van há 18 anos. O prefeito de São José, Eduardo Cury (PSDB), chegou a prometer resolver o problema em agosto de 2011. Na época, a prefeitura informou que não havia como implantar o sistema porque os motoristas não tinham CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica).
O advogado dos motoristas, Lélio Nogueira, disse que o problema foi resolvido. “Atendemos todos os pedidos da prefeitura, não sei o que está faltando para resolver a questão”.
O Vale