A paz construída desde cedo é mais duradoura. Jovens que recebem orientação sobre os perigos da vida às margens da lei têm menos chance de entrar no mundo do crime. A constatação vem da experiência da Polícia Militar com projetos sociais implantados na Região Metropolitana do Vale do Paraíba.
Cerca de 30 mil crianças e adolescentes na região fazem parte de ações desenvolvidas pelos policiais todos os anos, em áreas como música, esportes e prevenção contra as drogas. A mais conhecida dessas ações é o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), que forma em torno de 20 mil jovens por ano, entre 10 e 14 anos, para identificar e resistir aos apelos dos entorpecentes.
Inspirado no programa americano Dare (Drug Abuse Resistance Education), criado em Los Angeles em 1983, o Proerd consiste em aulas de 45 minutos uma vez por semana, durante 17 semanas, para identificar as drogas, conhecer os malefícios e desenvolver estratégias de resistência.
“Na hora de dizer não às drogas, faz muita diferença conhecer e saber do que se trata”, disse o tenente Pedro Henrique Nascimento. Desenvolvido desde 1994, o programa alcança 117 escolas estaduais e será ampliado para todas as 5.217 unidades do Vale até o final de 2013. Escolas municipais e particulares também podem solicitar à Polícia Militar a inclusão no Proerd.
Ao som forte de um bumbo, Sávio Caires, 14 anos, emendou o soneto de sua vida. Depois que passou a participar do projeto “Música nas Escolas” desenvolvido pela PM ele melhorou o comportamento e recuperou notas. No ano passado, 731 adolescentes como ele, de 10 escolas estaduais de São José, aprenderam noções de música em três modalidades: flauta doce, canto coral e fanfarra.
Para o sargento Marcos Cardoso Prudente, mestre da banda de música do CPI-1 (Comando de Policiamento do Interior), por meio das aulas os policiais conseguem transmitir bons valores, dicas de prevenção e segurança e, claro, noções de música.
“Com o apoio dos policiais e da música, melhorei o comportamento e a participação nas aulas”, disse Caires, que estuda na escola Olímpio Catão, na região central de São José.
Na sede do CPI-1, os policiais recebem semanalmente cerca de 40 adolescentes para aulas de instrumentos musicais, como bateria, violão e teclado. Trata-se do projeto “Clave de Sol”, que beneficia alunos, moradores da comunidade e estudantes do projeto Decolar, da Secretaria de Educação de São José.
O Vale