Moradores da região e principalmente de São José viveram ontem um dia de caos. A via Dutra foi tomada por trabalhadores da General Motors e diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São José e outras entidades e ficou parada por duas horas, causando 10 quilômetros de congestionamento nos dois sentidos.
Enquanto isso, na cidade, durante mais de seis horas, nenhum ônibus circulou pela manhã, deixando 70 mil passageiros sem transporte. A paralisação foi organizada pelo Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba. O caos só não foi maior porque a Secretaria de Transportes autorizou veículos de transporte escolar e fretados a levar passageiros. As vans do transporte alternativo também dobraram a quantidade de viajantes de um dia normal.
As paralisações refletiram no trânsito e deixaram mais de seis quilômetros de congestionamento e lentidão em avenidas de São José entre 6h30 e 9h30, pico das manifestações. A região leste foi a mais afetada. Na avenida Pedro Friggi, o tráfego ficou lento em cerca de três quilômetros. Na avenida da General Motors, houve dois quilômetros de lentidão. Foi necessário reforço na fiscalização e orientação de motoristas. Nenhum acidente grave foi registrado na região.
De acordo com a Secretaria de Transportes, um acidente entre dois carros causou lentidão no trânsito do Anel Viário, perto da região central. Motoristas registraram pelo menos um quilômetro de congestionamento no local.
Quem saiu às ruas ontem precisou de paciência e acompanhou cenas de tensão entre sindicalistas, empresas e policiais militares. “Está complicado. Tudo bem que haja manifestação, até concordo com o motivo. Mas fica complicado atrapalhar a vida de quem precisa usar a rodovia todos os dias”, disse o engenheiro Rubens dos Santos, 41 anos, que ficou parado na via Dutra.
“É rodovia parada, trânsito complicado e falta de ônibus na cidade. Hoje parece que o inferno resolveu se instalar em São José. Ninguém acha o diabo, mas quem paga a conta é a população”, afirmou o comerciante Amilton Santos, 52 anos, que não conseguiu abrir a loja, na região sul, por falta de funcionário.
Segundo José Maria de Faria, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de São José, os comerciantes sofreram com as paralisações na cidade, principalmente com a de ônibus. “Várias lojas não abriram as portas, trabalhadores não chegaram no serviço e empresários perderam dinheiro.”
Houve momentos de tensão durante o protesto e paralisação dos ônibus do transporte coletivo. Sindicalistas que ocuparam a frente das garagens das empresas, desde as 3h de ontem, tiveram que negociar com a Polícia Militar a liberação de veículos. O pedido de intervenção da PM partiu das empresas. Também houve situações de discussão entre sindicalistas e trabalhadores que não quiseram aderir ao protesto.
Entre 9h30 e 11h, cerca de 50 ônibus deixaram as garagens escoltados por viaturas da Polícia Militar. O restante dos veículos foi sendo liberado aos poucos, até a situação normalizar depois das 13h. Segundo o capitão Ricardo Jum, comandante territorial da zona norte de São José pela Polícia Militar, não houve problemas de confronto com sindicalistas ou manifestantes. Ele participou das negociações para a liberação de veículos.
O Vale