Seis anos depois de comprar o Parque Vicentina Aranha, a Prefeitura de São José dos Campos decidiu restaurar o primeiro dos sete pavilhões do complexo. O recurso para o serviço, estimado em R$ 800 mil, foi liberado na última semana e mostra o fracasso da administração em obter verbas com a iniciativa privada para a recuperação do parque.
Em 2006, quando comprou o Vicentina Aranha da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia por R$ 22 milhões, o governo Eduardo Cury (PSDB) informou que a recuperação dos pavilhões teria que ser custeada pelo terceiro setor porque já tinha investido recursos públicos com a aquisição.
O primeiro edifício que será recuperado é o Alfredo Galvão (um dos menores com 194 metros quadrados). O restauro deve começar no final do ano, após o processo licitatório, e deve durar 12 meses. A meta é que parte do custeio da obra venha de doações das empresas.
O objetivo da prefeitura é transformar o edifício em ‘chamariz’ para obtenção de recursos com a iniciativa privada. O pavilhão será transformado em um showroom, que vai divulgar as propostas de transformar o parque em centro de cultura.
“Hoje, só temos papel para apresentar aos futuros parceiros. Com o restauro do Alfredo Galvão, as empresas da cidade poderão ver com mais precisão nosso projeto para o parque”, afirmou Ângela Tornelli, diretora da Ajfac (Associação Joseense para o Fomento da Arte e da Cultura), entidade gestora do parque.
No boletim de prestação de contas da Ajfac, Vítor Chuster, diretor do Comphac (Conselho Municipal de Patrimônio Histórico), disse que o pavilhão se transformará em um ‘cartão-postal’. “Para que as empresas vejam a importância desse trabalho e contribuam com investimentos”, afirmou Chuster.
Desde a compra do parque, a prefeitura tenta levantar verbas com empresas por meio de leis de incentivos fiscais e doações, mas até agora só conseguiu arrecadar cerca de R$ 170 mil. O montante não tem representatividade se for considerado o valor necessário para as obras de restauração de todas as edificações do Vicentina Aranha, que tem um custo estimado em R$ 32 milhões.
Sem o dinheiro das empresas, o uso do Vicentina Aranha que conta com uma área de 85 mil metros quadrados se limitou à pista de caminhada. Cerca de 3.500 pessoas vão ao parque todos os dias. O projeto de restauro do Pavilhão Alfredo Galvão que conta com três salas já foi aprovado pelo Comphac.
Segundo o projeto, a sala de entrada será ponto de informação sobre atividades e funcionamento do complexo. A segunda sala terá um museu interativo, que contará a história, enquanto a última mostrará as propostas para o parque, que deverá ter restaurantes e cafeterias.
O Vale