Após nove dias de greve, os bancários voltam ao trabalho depois de aceitarem na noite dessa quarta-feira em assembleias, a proposta de reajuste salarial feita pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). Segundo sindicalistas da região, onde a paralisação afetou mais de 50% das agências, a expectativa é que demore até duas semanas para normalizar o atendimento.
A dica é ter paciência e, quem puder esperar, evitar ir aos bancos nos próximos dias. “A greve está acabando no fim do mês e coincide com a data de pagamento de salários e de contas. Normalmente, as agências já ficam cheias”, disse a diretora do Sindicato dos Bancários de São José, Débora Machado.
Para o presidente-interino do Sindicato dos Bancários de Taubaté, Valdir Aguiar, os clientes devem ter paciência nos primeiros dias de volta ao trabalho. Segundo ele, o trabalho será normalizado em duas semanas. “Os serviços mais procurados serão as concessões de crédito e os serviços que precisam de trâmites burocráticos”, disse Aguiar.
Além desses, o caixa deverá estar sobrecarregado devido ao pagamento de boletos atrasados. A paralisação não tira a obrigação de ninguém de pagar contas, mas quem se sentir prejudicado, pode recorrer ao Procon de sua cidade. Felipe Cury, presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José, disse que o comércio e a população foram os mais prejudicados.
A negociação entre bancos e funcionários começou em agosto. No dia 18 deste mês, os bancários deflagraram greve nacional. Na região, a adesão ficou em torno de 50%. Na noite de terça-feira, a Fenaban apresentou uma proposta que agradou os bancários e ontem os trabalhadores aprovaram os reajustes em assembleias e deram fim a paralisação.
Os bancos ofereceram aumento de 7,5% nos salários e reajuste de 8,2% para os pisos salariais (de R$ 1.900 para R$ 2.056) e vale alimentação (de R$ 339 para R$ 367). Para a PLR (participação no lucros e resultados), a fórmula é de 90% do salário mais R$ 1.544,00. 10% a mais que o valor oferecido anteriormente.
Os bancários pediam reajuste de 10,25%, piso de R$ 2.416,38 e PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos. “Os banqueiros gostaram da proposta. Conseguimos evoluir em pontos importantes como o piso salarial e o vale alimentação”, disse Débora.
Valdir Aguiar achou a proposta boa mas esperava um reajuste maior. Ele também disse que as condições de trabalho e de segurança para os bancários também agradou. Até as 20h dessa quarta-feira, a Fenaban não havia se pronunciado sobre o fim da greve. No Vale do Paraíba e Litoral Norte, há cerca de 400 agências e 5.500 bancários.
O Vale