Diretor assina quatro contrato para favorecer o INPE na cidade

Ao apagar da luzes de sua gestão, o diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Gilberto Câmara, assinou quatro contratos que somam R$ 51,9 milhões, sem licitação. Todos foram firmados com a Funcate (Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais), de São José.

Desde agosto do ano passado, Câmara dirige o Inpe na qualidade de diretor demissionário. Após seis anos à frente do instituto, ele pediu demissão do cargo alegando exaustão causada pela luta contra uma legislação e estruturas inadequadas.

Os contratos assinados pelo diretor demissionário são criticados pelo SindCT ( Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia). Para a entidade, o montante envolvido e o fato de terem sido fechados sem licitação já é algo no mínimo suspeito, que se agrava por terem sido firmados por um diretor que está aguardando sua substituição.

Um dos contratos firmados no final do ano passado, no valor de R$ 32, 7 milhões, tem objeto semelhante a outro assinado com a Funcate em dezembro de 2007 e que estaria vigente até dezembro, no valor total de R$ 31,3 milhões.

Ambos referem-se a prestação de serviços técnicos de apoio ao desenvolvimento dos programas espaciais do Cbers 3, Cbers 4, Amazônia 1 e 1B. (veja os contratos no quadro ao lado). O Inpe não informou o motivo de ter feito novo contrato para o programa Cbers com a mesma fundação.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a direção do instituto informou que todos os contratos possuem base legal, tiveram parecer jurídico e são auditados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e pela CGU (Controladoria-Geral da União). O Inpe informou ainda que Gilberto Câmara continua exercendo normalmente todas as suas funções como diretor.

O Vale