O Ministério do Planejamento criou 880 vagas para o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), em São José dos Campos, que corre o risco de ter projetos paralisados por falta de funcionários. Mas o anúncio, que foi feito anteontem pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, em visita a São José, pode não resolver o problema imediato de falta de pessoal, cujo déficit é estimado em 1.500 servidores.
Há um concurso aberto neste ano para contratar 241 servidores em cargos de carreira de ciência e tecnologia. Em razão do prazo de vigência do concurso, de dois anos, as 880 novas vagas só poderão ser preenchidas após setembro de 2015, o que não resolve o problema de pessoal no DCTA. O Sindicato dos Servidores Públicos de Ciência e Tecnologia e a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) criticaram a demora do governo federal em promover as contratações.
O problema é tão preocupante que a direção do DCTA estuda uma medida emergencial para evitar o desfalque. Pretende pedir autorização para contratar, além dos 241 candidatos aprovados no concurso, cujas provas serão aplicadas em 9 de junho deste ano, mais 120 pessoas melhor classificadas na seleção. O pedido, porém, depende de aprovação.
“Essa manobra do DCTA, porém, não é garantia: no último concurso, em 2010, já houve este pedido e foi negado”, informou a direção do órgão, por meio de nota. Atualmente com cerca de 3.200 servidores, o DCTA pode terminar o ano sem conseguir repor as perdas de vagas por aposentadoria. A avaliação do sindicato é que 250 pessoas deixem o trabalho por causa da idade. E o problema se estende a outra instituição de ensino e pesquisa em São José. O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), com 1.100 funcionários, precisa de 800 até 2014 para não sucumbir.
O Vale
Publicado: 27/02/2013