O comércio do centro de São José boicotou o projeto de revitalização das fachadas das lojas proposto pelo Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento) e pela ACI (Associação Comercial e Industrial). Dos 300 comerciantes convidados para a apresentação do projeto Bela Fachada ontem na sede da associação, apenas dois compareceram. A reunião começou às 8h30.
Os comerciantes justificaram a baixa adesão pelo horário do evento no momento em que costumam abrir suas lojas, pela falta de divulgação do evento e informações sobre a proposta e pelo preço de R$ 1.400 apenas para a elaboração do projeto, sem contar o que será gasto com reforma. Irritado com o boicote ao novo projeto, o presidente da ACI, Felipe Cury, rebateu as críticas e disse que a divulgação foi bem feita.
“Nós mandamos o comunicado por e-mail e distribuímos panfletos”. Ele também prometeu uma nova reunião para reapresentar o projeto. “Vou fazer uma pesquisa com os comerciantes, pedindo para eles responderem o melhor horário e dia para que possam comparecer.”
Felipe Cury disse que não irá desistir dos comerciantes que mostram resistência ao projeto. “O que nós estamos fazendo é o melhor para eles. Eu quero que todos vendam mais e tenham mais lucro.” O ‘Bela Fachada’ faz parte do projeto Centro Vivo e tem como objetivo revitalizar as fachadas das lojas do centro comercial.
A intenção é que os empresários do comércio reformem a frente de seus estabelecimentos, colocando iluminação e vitrine específicas. Para a diretora-geral do Ipplan, Cynthia Gonçalo, a reforma das fachadas vai trazer o cidadão de volta para o centro. “Com este projeto de revitalização, vamos trazer lazer, cultura e riqueza para o centro de São José. ”
Comerciantes procurados pelo O VALE disseram que não pretendem aderir ao programa ‘Bela Fachada’. Eles dizem que não acham necessários trocar a fachada, já que já estão atendendo às normas municipais. “Não acho que fará alguma diferença. As ruas e calçadas são boas e nenhum comércio está irregular. Muitas lojas já têm a fachada bonita”, disse Jurandir Bessa Diógenes. Já a comerciante Aline Carrara não acha certo os lojistas arcarem com as reformas. “Se a prefeitura quer a mudança, que pague.”
O Vale