O prefeito de São José, Carlinhos Almeida (PT), deve retomar a partir da próxima semana a política de distribuição de cargos para vereadores que integram a base aliada na Câmara, repetindo a estratégia adotada pelo PSDB nos últimos 16 anos.
Os 17 vereadores da base de apoio do petista foram orientados a enviar currículos ao governo e trabalham com a expectativa de manter a mesma cota de cargos dos anos anteriores entre 20 e 30 cargos por partido. Um total de 12 partidos apoiam Carlinhos.
Hoje, a máquina pública possui cerca de 400 cargos de livre nomeação, com salários que variam de R$ 1.200 a R$ 8.700 mensais. Na gestão tucana, os cargos foram fatiados entre os partidos aliados que garantiam sustentação ao governo na Câmara. Nesse modelo, cada partido aliado do governo controlava entre 20 e 30 cargos nas administrações direta e indireta modelo que pode se repetir na gestão do PT. O governo nega partilha política.
Segundo vereadores ouvidos ontem por O VALE, é esperada uma sinalização do petista para que os partidos encaminhem os currículos de seus quadros técnicos. Eles admitem que entre os possíveis indicados estão ex-candidatos que ajudaram a puxar votos para os partidos nas eleições de 2012.
“Estamos aguardando uma sinalização. O PV gostaria de fazer parte da nova administração. Temos pessoas competentes no quadro do partido”, disse o vereador Rogério Cyborg (PV). Segundo ele, a executiva do PV já acenou que o partido quer ser valorizado na composição política.
Para o vereador Walter Hayashi (PSB), a definição de nomes do segundo e terceiro escalões deve ser iniciada na próxima semana. “Existe uma pressão grande dos quadros técnicos do partidos, mas é precipitado fazer esta discussão agora”, disse Hayashi.
Segundo ele, os secretários precisam assumir suas pastas para avaliar necessidades. “Estamos na expectativa, mas ainda não sabemos quais serão os critérios. Temos cadastro de vários nomes que podem ser encaminhados”, completou Hayashi.
A presidente da Câmara, Amélia Naomi (PT), que é mulher de Carlinhos, disse que o governo deve definir uma estratégia em relação à distribuição dos cargos. “Eles governo irão avaliar. Eu não sei qual será a estratégia e teremos de aguardar do secretário de Governo uma decisão”.
Como o PSDB é o único partido de oposição ao governo petista, os quatro vereadores da sigla podem ficar de fora da partilha de cargos. “Não há negociação de cargos com a atual administração. Sou oposição ao governo como vereador e não tenho nenhuma ligação com a prefeitura”, disse ontem Fernando Petiti (PSDB).
O Vale
Publicado em: 04/01/2013