Acordo do Sindicato com a GM fracassa na cidade

Após 10 horas de negociação, terminou sem acordo a primeira reunião da série de três entre General Motors e Sindicato dos Metalúrgicos de São José realizada ontem na sede da montadora, na região leste da cidade, para definir o futuro de 1.500 funcionários considerados excedentes e que podem ser demitidos em nove dias.

Segundo o sindicato, a empresa teria dito na reunião que só aceita negociar qualquer proposta da entidade se o grupo for dispensado. “A empresa mantém a posição dela em demitir os trabalhadores e discute somente isso”, disse Antônio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do sindicato.

O dia 26 de janeiro é o prazo final de negociação, segundo acordo fechado no ano passado que deu uma trégua temporária nas dispensas e colocou 779 operários em layoff (contrato de trabalho suspenso). Ainda de acordo com o sindicato, para a segunda reunião do ano, agendada para amanhã, às 9h, ficou acertada a presença de representantes dos ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e de Luiz Moan, diretor de assuntos institucionais da General Motors.

“Esperamos que com a presença desses ministérios possamos entrar em acordo. Esperamos também que a postura do governo seja em favor da manutenção dos empregos”, afirmou Macapá. Hoje, haverá assembleia na sede do sindicato em São José, às 9h, quando serão definidos os próximos passos da mobilização da categoria. Protestos e greves não estão descartados. “Continuamos nosso processo de luta e contamos com o apoio da população”, disse.

As propostas feitas pelo sindicato, desde a primeira reunião realizada em agosto de 2012, são a continuidade da fabricação do Classic em São José segundo o sindicato, empresa teria interesse em levar a produção para Rosário, na Argentina, mas GM nega, a fabricação local de modelos que hoje são importados como o Sonic, a retomada da produção de caminhões, novos investimentos e acordo trabalhista que garanta a estabilidade no emprego.

“Com novos investimentos, que são importantíssimos para a economia da cidade, esses trabalhadores devem ser contratados novamente. O sindicato deve aceitar as demissões porque a recompensa virá”, disse Felipe Cury, presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José.

Para Jair Capatti Júnior, delegado do Corecon (Conselho Regional de Economia), é preciso ter bom senso porque a ruptura de um ciclo de negócios pode não ser vantagem para a cidade. “Todo e qualquer tipo de investimento é importante porque gera arrecadação de impostos e benefícios. Nesse caso, a gente torce para o bom senso”, disse.

Na última terça, o prefeito Carlinhos Almeida (PT) se reuniu com a direção da GM. Em nota, Carlinhos informou que fez um apelo à empresa para que reveja a situação e evite a demissão dos trabalhadores. O prefeito se colocou à disposição para intermediar o diálogo entre GM e sindicato.

O Vale

Publicado em: 17/01/2013