Durante as obras de duplicação do trecho de planalto da SP-99 (rodovia dos Tamoios), arqueólogos contratados pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) descobriram um sítio arqueológico no bairro Colinas, em Paraibuna. Trata-se de uma área de cerca de 5.000 metros quadrados, na altura do km 28 da Tamoios, à beira da represa de Paraibuna, que abrigou uma aldeia de índios aratu.
A população indígena era rara na região, dominada pelos tupis-guaranis, e teria migrado da região central do Brasil. O arqueólogo Wagner Gomes Bornal, da Origem Arqueologia, disse que o sítio tem origem há “milhares de anos”, muito antes da chegada dos portugueses ao país.
A datação definitiva depende da análise de resíduos de carvão retirados do subsolo em escavações, o que ainda não foi feito. Porém, segundo Bornal, pedaços de cerâmica e de urnas funerárias encontrados no sítio, e que estão em análise em laboratórios, podem até determinar que a aldeia seja pré-histórica.
“Os índios viviam da pesca, navegavam no rio Paraíba e faziam peças rústicas de cerâmica. Há indícios de uma grande população vivendo aqui há milhares de anos.” Descoberto há oito meses, o sítio arqueológico só foi divulgado ontem por questões de segurança do local, que está cercado. “Ele passa a ser patrimônio da União.
Vamos apoiar o projeto de transformar o lugar em um sítio-escola, para estudantes da região aprenderem sobre arqueologia”, disse Marcelo Arregui, gerente ambiental da Dersa. Ontem, estudantes de Paraibuna da ONG Instituto Fauser visitaram a descoberta.
O Vale
Publicado em: 09/05/2013