Sindicato dos Metalúrgicos acusa GM por demissões

Documento entregue ao governo federal, na última segunda-feira, pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José comprovaria mais de 1.300 demissões na General Motors em todo o país, sendo 1.228 somente na cidade, no período de agosto de 2011 a setembro deste ano.

O sindicato quer usar o documento para obter ajuda do governo contra possíveis demissões na cidade. Cerca de 1.800 funcionários estão ameaçados de dispensa na fábrica. Destes, 779 estão em layoff até 26 de janeiro de 2013, considerados excedentes pela empresa em São José.

“Nosso objetivo é agendar ainda para este ano uma audiência com a presidente Dilma Rousseff e o prefeito eleito em São José, Carlinhos Almeida. Queremos que nos ajudem a impedir as demissões”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Antonio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’.

Segundo o secretário geral do sindicato, Luiz Carlos Prates, o ‘Mancha’, houve evolução nas negociações, mas o impasse continua. “É inaceitável que a empresa não abra mão dessas demissões. Estamos dispostos a fazer acordo, buscar uma solução”, afirmou.

Em coletiva ontem, o sindicato apresentou representantes de sindicatos da Espanha, Alemanha, Colômbia e Argentina que estão no Brasil para o Encontro Internacional que acontece hoje em São José. Eles também foram apresentados aos metalúrgicos em assembleia realizada na tarde de ontem na porta da GM. Uma segunda assembleia acontece hoje pela manhã na entrada do primeiro turno.

De acordo com o sindicato, a união dos sindicatos é uma forma de pressionar os governos municipal e federal e a própria fábrica. “A vinda deles é muito importante. São manifestações de apoio como essas que precisamos para nos fortalecer e resistir a essas demissões”, afirmou Macapá.

O único carro que sobreviveu à crise no MVA na planta de São José, o Classic, está com os dias contados. Segundo o sindicato, a produção do veículo deve ir para a fábrica da Argentina. “Estamos lutando para manter a produção do Classic em São José juntamente com os empregos”, disse ele. A GM não comenta o assunto.

Para Stefen Reichelt, vice-presidente da Comissão da Opel-GM, na Alemanha, os problemas vividos hoje pelos metalúrgicos de São José não é apenas local. “A GM em Bochum deve ser fechada até 2016. Serão 5.000 trabalhadores nas ruas. A crise de agora é a mais difícil”, disse. Reichelt ressaltou que desde o fim a 2ª Guerra nenhuma fábrica fechou na Alemanha.

O Vale

Publicado em: 21/11/2012