Metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos prometem partir para o ataque para evitar a demissão de 1.600 trabalhadores da empresa em janeiro, mês que concentrará as mobilizações da categoria. “Teremos um ‘janeiro vermelho’ em São José com paralisações, ocupações na via Dutra e greves. É um absurdo o que a GM quer fazer”, disse Antônio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José.
Hoje, sindicalistas e representantes da montadora terão uma nova reunião para discutir a situação dos 779 funcionários da GM que estão com o contrato de trabalho suspenso (layoff) desde 30 de novembro. Amanhã, o sindicato espera levar uma massa de trabalhadores à região central de São José, às 9h, para uma passeata de protesto, a segunda desde que a crise estourou.
Eles tentarão sensibilizar a empresa a reintegrar os trabalhadores em layoff e manter a linha de produção MVA, onde atualmente só é produzido o Classic. O prazo para término da suspensão temporária dos contratos de trabalho é 26 de janeiro de 2013.
Em declarações recentes, que revoltaram os sindicalistas, o presidente da General Motors América Latina, Jaime Ardila, teria sinalizado com a possibilidade de levar a produção do Classic para Rosário, na Argentina, e demitir em São José. A GM não fez comentários sobre o assunto ontem.
Pelas contas do sindicato, pelo menos 1.600 trabalhadores seriam colocados no olho da rua, sem contar os 200 que já teriam deixado a empresa por meio de um PDV (Programa de Demissão Voluntária). “Executivos da GM disseram que esperam um acordo com o sindicato para resolver a questão. Estamos abertos a fazer todos os acordos necessários para evitar as demissões, o que não vamos aceitar”, afirmou Barros.
O sindicalista acusa a GM de “radicalismo” e de não aceitar nenhuma proposta feita pelos trabalhadores. A crise na GM de São José começou em 2008, quando a empresa desistiu de investir na planta, trazendo novos veículos, por falta de acordo com o sindicato. Ela queria diminuir os salários. Os altos salários pagos na planta estariam afetando a competitividade da empresa.
O Vale
Publicado em: 06/12/2012