São José prepara “mapa” da poluição

A Prefeitura de São José dos Campos planeja iniciar no segundo semestre o inventário sobre a poluição atmosférica no município.
O inventário, que é promessa da campanha à reeleição do prefeito Eduardo Cury (PSDB) em 2008, irá quantificar e qualificar as fontes emissoras de poluição na cidade.
O projeto está em fase de elaboração na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que coordenará o trabalho.
O plano prevê a elaboração de um levantamento completo das fontes fixas, principalmente do setor industrial, e móveis, com foco na frota de veículos, especialmente caminhões e ônibus.
A frota de veículos é considerada uma das principais fontes emissoras do mo-nóxido de carbono, resultante da queima de combustível e lançado na atmosfera pelo escapamento.
Dados da Secretaria de Transportes apontam que a frota de São José, em março, somou 335.640 veículos.A cidade possui frota de 1.546 ônibus, 7.699 caminhões, 234.849 carros de passeio e 53.977 motos, entre outros veículos. Também o setor aéreo será inventariado. O setor industrial concentra mais de 400 empresas.

O secretário de Meio Ambiente, André Miragaia,disse que, até o final de maio, a pasta termina a elaboração do termo referencial que irá embasar o edital para a contratação da empresa.
Segundo ele, o inventário deve levar de quatro a seis meses para ser realizado e a partir do levantamento, o município terá mais subsídios para a elaboração de políticas ambientais e para a saúde pública, uma vez que a poluição atmosférica é um dos elementos que causam e agravam problemas do aparelho respiratório humano.
Para Miragaia, parâmetros do inventário vão identificar, além da emissão do monóxido de carbono, o dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio, gases lançados na atmosfera a partir de processos industriais, que podem até causar chuva ácida, quem pode provocar danos ao meio ambiente.Também será inventariado o volume de material particulado suspenso no ar.

Ambientalistas acreditam que, o inventário é uma reivindicação antiga da comunidade e do grupo e será um instrumento importante para a cidade.
De acordo com o arquiteto e ambientalista Flávio Mourão, da Vale Verde, o inventário pode ser utilizado como instrumento para pressionar os órgãos estaduais e federais de meio ambiente para a adoção de políticas públicas.Lincoln Delgado, do grupo Consciência Ecológica, ressaltou que, a partir do inventário, o município pode priorizar ações que permitam a redução da poluição, como incentivo ao transporte público, ampliação de ciclovias, entre outras.
O último relatório da Cetesb, de 2009, aponta que um dos principais problemas em São José é o ozônio.Foi constatado que, em 2009, o ozônio ultrapassou o padrão sete vezes na cidade.

FONTE: OVALE