A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) adiou para 2014, à revelia da Prefeitura de São José, a meta de elevar para 99% os índices de tratamento de esgoto e fornecimento de água no município, descumprindo o acordo fixado no novo contrato.
O acordo previa que esses índices seriam atingidos até o final deste ano. O governo Eduardo Cury (PSDB) alega não ter sido comunicado oficialmente do novo prazo para conclusão das obras de saneamento básico na cidade. Por meio da assessoria, a Secretaria de Obras informou que, assim que for comunicada oficialmente pela Sabesp, vai avaliar quais as medidas cabíveis. Entre elas está acionar a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo), órgão que fiscaliza a atuação da Sabesp.
O descumprimento das metas prejudica os moradores de bairros clandestinos, principalmente os da zona leste, dependem que as obras na Bacia do Parangaba sejam concluídas para receber serviços de saneamento. A obra deveria ter sido concluída em 2011, mas iniciada apenas na semana passada.
O presidente da SAB (Sociedade Amigos de Bairro) das Chácaras Santa Cecília 1, José Geraldo Cunha, disse que os moradores do bairro e também do Santa Cecília 2 têm enfrentado transtornos. “Aqui no Santa Cecília 1, a parte que fica depois do morro não tem água nem esgoto. Já no Santa Cecília 2 não há água encanada nem esgoto em nenhum lugar.”
De acordo com ele, o improviso para suprir os serviços que faltam nos bairros é algo que faz parte do cotidiano das famílias. “Onde não tem água, o pessoal faz poço. A prefeitura leva caminhão-pipa de tempos em tempos, mas não tem uma periodicidade fixa.”
Vereadores de São José prometeram cobrar explicações sobre o descumprimento do contrato. “Já pedimos à prefeitura que aplique uma multa à Sabesp”, disse Walter Hayashi (PSB), presidente da Comissão de Planejamento Urbano e Obras da Câmara. “A Sabesp deve fazer uma compensação, seja por meio de prestação de serviço por indenização à cidade”, afirmou Wagner Balieiro (PT).
O Vale