As restrições impostas para a abertura de templos religiosos são o novo foco de ataque à Lei de Zoneamento em São José dos Campos. Em debate hoje com os candidatos a prefeito, representantes de cinco denominações evangélicas querem o compromisso dos prefeituráveis com a criação de uma regra mais flexível para a instalação de igrejas, que hoje recebem o mesmo tratamento de estabelecimentos comerciais.
“É preciso uma flexibi-lização maior das regras, porque está muito difícil abrir igrejas”, disse o pastor sênior da PIB (Primeira Igreja Batista), Carlito Paes. “As igrejas são englobadas na categoria de estabelecimentos comerciais. A sociedade tem cobrado uma discussão maior já que, quando a lei foi criada, não houve esse amplo debate”. A estimativa é que São José possua hoje cerca de 600 templos religiosos.
Presente nos bairros, a instalação de igrejas foi alvo de mudanças na nova lei de zoneamento. A lei anterior liberava a construção de templos em toda a cidade. A atual classifica os templos na mesma categoria dos estabelecimentos de uso comercial e restringe a construção em área restritamente residenciais. Templos com mais de 150 metros de área construída passam por estudo de localização, devem ampliar recuos laterais e, em alguns casos, instalar proteção acústica.
Para vizinhos de templos, igrejas são focos de barulho e devem ser excluídos das zonas residenciais. “Os hinos são bonitos, mas o barulho do microfone e dos gritos é muito alto e constante. Meu quarto fica colado da igreja e não consigo nem conversar em casa”, disse a comerciante Vera Vanin, 57 anos, moradora do Altos do Bosque.
Os candidatos do PT, Carlinhos Almeida, e do PSDB, Alexandre Blanco, que polarizam a disputa em São José, admitem rever as regras para a instalação dos templos desde que o pedido contemple “o desejo da sociedade”.
“Não será feita nenhuma alteração pontual na lei para beneficiar grupos específicos. As igrejas têm um papel importante, e o assunto pode ser discutido com a sociedade. Se a maioria concordar com alterações, não há problema em implementá-las”, disse o coordenador de campanha do PSDB, Anderson Ferreira.
O Vale