Projeto Termelétrica

O plano da Prefeitura de São José dos Campos de implantar uma usina termelétrica no aterro sanitário do Torrão de Ouro, zona sul, começou a ser avaliado pela AEA (Associação de Engenheiros e Arquitetos).

A entidade promoveu ontem a primeira de uma série de reuniões sobre o projeto, com o objetivo de analisar tecnicamente a proposta do governo municipal. O debate reuniu cerca de 20 pessoas entre engenheiros, ambientalistas e representantes da prefeitura e teve momentos de polêmica.

A proposta do município denominada de URC (Unidade de Recuperação Energética) visa a queima de parte do lixo doméstico para a geração de energia e para ampliar a vida útil do aterro sanitário, que tem mais 12 anos de utilidade.

No encontro, os ambientalistas Delcio Nogueira, do Eco-Solidário, e Ricardo Law, do Instituto Cidadão Sustentável, apresentaram suas impressões a respeito da visita técnica organizada pela empresa EBP (Estruturadora Brasileira de Projetos), ocorrida em fevereiro deste ano, a termelétricas da Bélgica e Holanda.

A EBP é a responsável pela análise da possibilidade de implantação de uma usina termelétrica no município. Os dois ambientalistas afirmaram que a viagem foi importante para o conhecimento das tecnologias utilizadas na Europa para tratamento e destino final do lixo.

Ricardo Law também considerou importante a viagem, mas frisou que não tem posição formada se a termelétrica seria a melhor solução para São José dos Campos. Durante o debate, o ambientalista Lincoln Delgado, contrário ao projeto da termelétrica, e o secretário de Meio Ambiente, André Miragaia, chegaram a travar um duelo verbal.

Delgado defende a tese de que é preciso buscar outras alternativas para a solução do aterro.
Miragaia destacou que é preciso tomar uma decisão.

O coordenador da câmara técnica de meio ambiente da AEA, Paulo Peneluppi, levantou dúvidas sobre o projeto, entre elas, o fato de não estarem claras as normas para o controle e a fiscalização ambiental da termelétrica.

Ele também cobrou maior detalhamento a respeito do processo da coleta de lixo na cidade e de estudos que levaram a prefeitura a optar pela tecnologia da queima do lixo.

O presidente da AEA, Carlos Vilhena, frisou que a entidade não é contra e nem a favor da instalação de uma termelétrica no aterro sanitário. A intenção da prefeitura é viabilizar o empreendimento por meio de uma PPP (Parceria Público Privada).

Proposta
Prefeitura de São José dos Campos planeja instalar uma usina termelétrica no aterro sanitário

Objetivo
A intenção do governo municipal é prolongar a vida útil do aterro em mais 30 anos com a queima de parte do lixo doméstico coletado na cidade

Custo
O custo para a implantação da usina foi estimado em cerca de R$ 200 milhões

O Vale