Projeto da Terméletrica é congelado na cidade

A menos de três meses do final do mandato, o prefeito Eduardo Cury (PSDB) não conseguirá viabilizar seu maior projeto financeiramente falando: a URE (Unidade de Recuperação Energética), que envolve processo de queima de lixo (termelétrica).

Controverso, o assunto vem sendo debatido em São José desde maio do ano passado, sem consenso. Com isso em mente e pensando em evitar mais desgastes, os vereadores descartam aprovar o projeto da URE neste ano, mesmo com o prefeito afirmando que “o projeto está amadurecido e poderia ser votado”.

Mesmo os vereadores que compõem a base governista de Cury na Câmara admitem que o projeto não será levado à pauta neste ano. “Foi uma eleição diferente neste ano. Seria muito polêmico colocar este assunto em pauta no fim do ano. É de suma importância a usina e sou favorável, mas temos que ter maior tempo de discussão e a participação da população. Isso não é possível ainda neste ano”, afirmou o líder do governo na Câmara, Fernando Petiti.

Apesar de defender a aprovação do projeto, Cury garante que não interferirá nos trabalhos do Legislativo. O projeto da URE, orçado em R$ 200 milhões, é a solução apresentada pelo tucano para a disposição do lixo em São José.

A partir de mecanismos modernos, a proposta é que a usina separe o lixo coletado, aumentando os índices de reciclagem, e queime outra parte do lixo, o que viabilizaria financeiramente o projeto, já que o processo térmico produziria energia suficiente para atender 200 mil pessoas.

Para tanto, o projeto precisa passar pelo aval da Câmara, já que a Lei Orgânica do Município não permite a comercialização de energia elétrica nos índices propostas para a URE. Aprovada pela Cetesb e pelo governo do Estado, a termelétrica é questionada por ambientalistas.

Para eles, a prefeitura deveria implantar mecanismos de redução de consumo e aumento da reciclagem antes de estudar uma termelétrica. O governo Cury defende que o projeto aumentará a reciclagem e que, além disso, o aterro municipal possui apenas mais 12 anos de vida, fazendo-se necessária a discussão de uma nova solução ao lixo. O governo afirmou que o projeto continua em consulta pública e que não tem pressa para finalizar o processo.

O Vale

Publicado em: 18/10/2012