Para evitar curiosos, Prefeitura cerca obras no Teatro Municipal

A área do novo Teatro Municipal de São José, com obras há quatro anos paralisadas e sem data para serem retomadas, ganhou uma cerca para evitar curiosos. Quem passa pelo terreno, que fica no Parque da Cidade, entre a portaria principal e o Cefe (Centro de Formação de Professores), não consegue mais visualizar a área o tapume é alto e completamente fechado.

Antes, a visualização do espaço mostrava mato alto, ferros enferrujados e retorcidos e alguns pedaços de concreto quebrados. A precariedade do local é resultado da inversão das fundações, que originou a paralisação do serviço.

A proteção colocada em volta do canteiro de obras abandonado, segundo o governo Eduardo Cury (PSDB), tem como objetivo garantir segurança às pessoas que passarão a circular pelo Cefe, que deve ser inaugurado no mês que vem.

A cerca, contudo, também teria a função de evitar danos para as estruturas abandonadas, que serão periciadas pela Justiça. Já a oposição vê na proteção uma forma de maquiar o cenário negativo durante a campanha eleitoral, que começa mês que vem.

“O teatro invertido é o maior escândalo de desorganização de gestão da prefeitura. Se a obra, que é de suma importância, tivesse sido feita, não seria preciso tampar às vésperas da eleição”, disse o vereador oposicionista Wagner Balieiro (PT).

Uma das principais promessas de Cury, o novo Teatro começou a ser construído com a frente do prédio virada para a avenida Olivo Gomes, quando deveria ficar voltada para dentro do Parque da Cidade, na zona norte. O erro foi descoberto dois anos depois, já com as obras paralisadas. Na época, o PT acionou a Justiça pedindo a condenação do prefeito e o ressarcimento aos cofres públicos dos valores gastos até aquele momento.

Iniciados em agosto de 2007, os serviços foram paralisados em maio do ano seguinte por determinação de Cury, que alegou atrasos no cronograma da obra. A investigação da Justiça está em fase de coleta de depoimentos. Cury eximiu-se de culpa no processo e apontou sete servidores como responsáveis por eventuais falhas. A Justiça encontra dificuldades para acioná-los, já que alguns estão morando em outros estados.

O Vale