Montadoras do Vale abrem vagas para região

Na contramão da General Motors de São José dos Campos, que ameaça demitir 1.840 trabalhadores do setor Montagem de Veículos Automotores (MVA) e que deu início nesta segunda-feira (27) ao layoff – suspensão temporária dos contratos de trabalho – de 940 empregados, outras montadoras do Vale do Paraíba investem em ampliação de suas unidades e devem gerar pelo menos 1.500 empregos até o final de 2013.

A chinesa Chery está instalando uma unidade em Jacareí e deve contratar 1.200 funcionários no início da produção, prevista para o final do segundo semestre do ano que vem. A empresa calcula que este número pode aumentar para 4.000 quando a capacidade máxima de produção for atingida. Apesar de não revelar a projeção de contratações, a Volkswagen, em Taubaté, investe R$ 360 milhões na ampliação da nova fábrica de pintura e capacidade de produção.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, a empresa deve gerar pelo menos 300 empregos diretos no primeiro semestre de 2013. Até 2016, o número de contratações deve chegar a 1.500.

Mercado aquecido
Para o economista Edson Trajano, do Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais (Nupes) da Universidade de Taubaté (Unitau), o setor automobilístico se mantém aquecido há dez anos e os investimentos das montadoras no setor são impulsionados principalmente pela concorrência entre as fabricantes.

Ele avaliou que a ameaça de demissões na GM pode ser vista como um problema pontual no setor. “A GM vem de uma crise no exterior em 2009, não tem tido bons resultados nos últimos anos e tudo isso culminou nessa situação”, disse Trajano.

Cadeia produtiva
Para o diretor regional da Ciesp em São José dos Campos, Almir Fernandes, a geração de empregos nas montadoras é positiva para toda a cadeia produtiva e consequentemente para economia local. “A média é que cada emprego nas montadoras gere outros quatro postos de trabalho na cadeia produtiva. Além disso, são gerados empregos também nas áreas de serviços”, disse.

Para ele, o problema na GM joseense é local, já que contratações estariam ocorrendo em unidades de outras regiões do país.

Entenda o caso
O impasse entre a GM e o Sindicato dos Metalúrgicos em São José dos Campos teve início no último mês, ocasião em que o MVA deixou de produzir três dos quatro veículos que eram produzidos no local. A empresa manifestou, na ocasião, a intenção de encerrar as atividades de todo o setor, que emprega 1.840 trabalhadores.

A ameaça de demissões causou protestos. Uma reunião no dia 4 de agosto congelou a possibilidade de demissões até o dia 30 de novembro, prazo em que 940 funcionários foram afastados em férias coletivas e layoff.

Durante o período, os trabalhadores afastados estão recebendo integralmente o salário por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e estão participando de cursos de qualificação profissional. Os empregos não estão assegurados no retorno do layoff. O Sindicato dos Metalúrgicos e a direção da empresa farão uma série de rodadas de negociação até 30 de setembro na tentativa de assegurar a manutenção dos postos de trabalho.

G1 (Vnews)