Maior centro exportador do setor de defesa do Brasil, o Vale do Paraíba terá que competir com novos polos que estão surgindo no país, com o processo de descentralização da indústria de defesa e segurança.
A previsão é de um estudo divulgado ontem pela Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais do Setor de Defesa e Segurança) sobre o futuro do segmento. Segundo a entidade, neste ano, o setor deve exportar US$ 1 bilhão. Do montante, o Vale responde por quase 50%.
O presidente da Abimde, Orlando José Ferreira Neto, que é vice-presidente da Embraer Defesa e Segurança, relatou que o governo federal tem incentivado a descentralização do setor e já há outros polos tecnológicos e produtivos formados e em expansão. Para exemplificar, o executivo citou que o polo industrial de defesa já reúne 40 empresas. “Há polos em Minas Gerais, no Ceará e em outras regiões de São Paulo, como no ABC”, disse Ferreira Neto.
O presidente da Abimde destacou que o Vale permanece como um dos principais polos do segmento, mas a tendência é que poderá reduzir a sua participação nas exportações. “O Vale do Paraíba já é um polo importante no cenário da indústria de defesa pela tecnologia pelas empresas e conhecimento existentes na região e não vejo o crescimento da indústria de defesa não passar pelo Vale.”
Ele salientou que no futuro o Vale vai continuar tendo participação importante no cenário das exportações do setor de defesa, possivelmente não no porcentual atual.
“O setor de defesa do Vale vai continuar crescendo e terá papel relevante no cenário de exportação”, disse.
A Abimde prevê que até 2030 o segmento irá ampliar o número de empregos diretos dos atuais 25 mil para 60 mil. Os investimentos já anunciados para o setor somam cerca de R$ 40 bilhões.
Ontem, o engenheiro Ozires Silva, um dos criadores da Embraer, foi homenageado pela diretoria da Abimde pelos seus 80 anos.
O Vale