Ipplan tem planejamento de Transporte rápido em massa

Em maio, o Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento) divulga os primeiros resultados do estudo que realiza sobre a mobilidade urbana em São José dos Campos. O trabalho irá embasar a elaboração de um plano macro de TRM (transporte rápido de massa) que o prefeito Eduardo Cury (PSDB) planeja deixar para o seu sucessor, como alternativa ao sistema em operação.

A intenção do Ipplan é envolver a sociedade no debate sobre o futuro da mobilidade em São José. A principal premissa é que a cidade não pode ter seu sistema de circulação fundamentado apenas no uso do automóvel.

A diretora do Ipplan, Cynthia Gonçalo, disse que os técnicos avaliam vários cenários para o TRM na cidade articulado com um sistema regional para atender o deslocamento que existe hoje entre os municípios da microrregião de São José.

O estudo mostra o cenário atual da mobilidade em São José e projeta o desenvolvimento e crescimento da cidade até 2030. Entre os sistemas em avaliação estão desde corredores expressos de ônibus, VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) bem como o BRT (sistema rápido de ônibus em vias segregadas).

Um dos pilares do trabalho é a pesquisa de origem e destino realizada no ano passado pelo instituto sobre a circulação da população. “O trabalho técnico que estamos desenvolvendo é que deverá apontar qual será o melhor sistema a ser implantado, considerando cenários de futuro almejados”, afirmou Cynthia.

Ela relatou que esses cenários estão sendo construídos com a colaboração de Cândido Malta Campos Filho, urbanista e professor da Universidade de São Paulo. “Um dos aspecto que ele analisa é a capacidade atual do sistema de circulação e quando poderá ficar saturado”.

O engenheiro e especialista em transporte Sérgio Eizenberg avalia que, para cidades de médio porte como São José, um sistema de ônibus expresso e até mesmo um sistema tipo BRT seriam mais econômicos e atenderiam a demanda de TRM com qualidade pelo menos por dez anos.

“Nesse período, os municípios teriam tempo para planejar sistemas complementares como metrô”, afirmou. Ele lembra que é preciso planejar um TRM em sintonia com o uso e ocupação do solo. “Em uma cidade mais adensada, é mais econômico planejar sistemas de TRM”, disse.

Há cerca de dois anos especialistas do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) analisaram alternativas de TRM para a cidade, a pedido da prefeitura. “O estudo que efetuamos privilegiou essencialmente o transporte público de larga escala em relação ao particular. Considera-se que se o conceito de TRM que apontamos não for implantado progressivamente a partir do presente, será cada vez mais difícil, no futuro, estruturar um maior nível desejado de mobilidade urbana”, disse o professor Eugênio Vertamatti, coordenador do trabalho”.

O Vale