Um dia depois de a General Motors conseguir fechar um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José que pode viabilizar um investimento de R$ 2,5 bilhões para a montadora implantar uma nova fábrica na cidade, a prefeitura já se mobilizou para garantir os investimentos na cidade, que podem gerar até 6.000 empregos diretos e indiretos. O prefeito Carlinhos de Almeida (PT) disse que o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sebastião Cavali, procurou ontem a GM para fazer o protocolo de isenção de impostos municipais.
A prefeitura vai oferecer isenção de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e ISS (Imposto sobre Serviços) para a empresa se instalar em São José. O Estado também deve conceder isenção de impostos. Além disso, o governo municipal já anunciou que vai construir um distrito industrial, ao lado da GM para abrigar prioritariamente os fornecedores da empresa e outros setores produtivos.
O sindicato fará uma assembleia na portaria da GM amanhã, a partir das 14h30, para os trabalhadores decidirem se aprovam ou não o acordo que foi fechado anteontem. Os principais pontos do acordo, que valerá para os novos funcionários que vierem a ser contratados em 2017, são piso salarial de R$ 1.700, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 10 mil e manutenção da estrutura salarial atual. O acordo tem validade de 6 anos, a partir de 2017.
Carlinhos destacou o empenho feito pelos governos federal, estadual e municipal para que a montadora invista na cidade. “Vencemos várias etapas e estas negociações demonstraram a maturidade da empresa e do sindicato para o diálogo”, afirmou o prefeito. Carlinhos espera que os trabalhadores aprovem o acordo na assembleia de amanhã. “Confio que os trabalhadores irão decidir pelo melhor para a cidade”, afirmou.
Nos últimos dois meses, GM e sindicato se reuniram 8 vezes para discutir uma proposta de acordo. A reunião decisiva, realizada anteontem na sede do Ciesp na cidade, durou mais de 8 horas. “Trabalhamos bastante para buscar uma proposta que viabilize o investimento no município. Chegamos a um acordo que dá condições para São José competir com outras cidades e países que disputam esse investimento”, disse o presidente de Relações Institucionais da GM, Luiz Moan. Ele também afirmou que o acordo não foi o ideal, “mas está factível de ser apresentado à diretoria geral da GM para decidir se o investimento vem ou não para São José”, afirmou o executivo. A previsão dele é de que essa decisão seja tomada na primeira semana de julho.
Trabalhadores. O sindicato também considerou que esse não foi o acordo “ideal”, mas que eles conseguiram garantir novos benefícios. “Fica mantida a atual grade salarial da empresa. Os funcionários que vierem a ser contratados para a nova fábrica, se a GM investir em São José, não poderão ser transferidos para as demais áreas da empresa”, afirmou o presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’.
O diretor da regional do Ciesp em São José, Almir Fernandes, aguarda apreensivo a decisão sobre o investimento da GM. “O que nos preocupa é que o acordo que foi fechado ficou acima do que era esperado pela GM. Vamos ver se, com isso, a montadoa vai querer investir na cidade.” A GM chegou a oferecer piso de R$ 1.560. O valor foi fechado em R$ 1.700. A empresa ofereceu PLR de R$ 8.000. A proposta fechou em R$ 10 mil. A montadora queria que o acordo fosse para 14 anos. O sindicato falou em 4 anos. O acordo tem validade de 6 anos, a partir de 2017.
Mesmo que os funcionários aprovem amanhã o acordo entre o sindicato e a empresa, ainda não é certo que a GM invista na cidade. O resultado da assembleia,segundo o diretor da GM Luiz Moan, será levado para a diretoria geral da empresa decidir sobre os investimentos. “A decisão vai depender do comparativo com as demais propostas para que a gente possa ter a boa ou a má notícia por parte da empresa”, afirmou Moan após o acordo.