Eleição deve mobilizar mais de 4 mil cabos eleitorais

A eleição para a Câmara de São José deve mobilizar um exército de pelo menos 4.600 cabos eleitorais nos três meses de campanha e injetar até R$ 8,5 milhões na economia da cidade. Levantamento feito por O VALE aponta que, em média, cada um dos 459 candidato a vereador na disputa deve recrutar pelo menos 10 cabos eleitorais para reforçar a campanha.

Eles irão atuar em funções diversas, como motoristas de carro de som, entregadores de santinho e carregadores de bandeira. A média salarial é de um salário mínimo por mês (R$ 622) e o turno, das 8h às 17h, incluindo finais de semana.

Mas para ser cabo eleitoral, entre os atributos o candidato deve ter boa articulação para convencer o eleitorado. Aos 54 anos, a dona de casa Aparecida Maia adotou a profissão de cabo eleitoral há oito anos. Foi a experiência como líder paroquial que lhe garantiu um convite do vereador Luiz Mota (DEM).

“Estou como cabo eleitoral e já participei de duas campanhas. É puxado, mas é gostoso. O dinheiro que entra ajuda nas despesas de casa, mas eu vim trabalhar porque conheço o produto que estou vendendo”, disse. Segundo ela, a amizade com o candidato de 20 anos garantiu a parceria. “É preciso confiar no candidato para entregar santinho e conversar com o eleitor. Para outro não dá para fazer campanha.”

E a concorrência é grande. Muitos cabos eleitorais se oferecem até pela internet na página dos vereadores. “Muitos querem trabalhar, mas a gente mescla voluntário com cabo eleitoral. Vamos agregando devagar, porque não há muitos recursos. É um trabalho é cansativo, que começa cedo e vai até tarde. Se a pessoa não acredita na gente, não faz esse tipo de sacrifício”, afirmou Mota.

Presidente do PT e candidato à reeleição na Câmara, Wagner Balieiro também pretende contratar cabos eleitorais. “A maior parte é militante. Mas campanha, para dar certo, tem que ser com o candidato batendo de casa em casa e na porta das escolas”, afirmou.

O candidato Walter Hayashi (PSB) também vai reforçar seu exército de militantes. “Vou contratar umas 10 pessoas para fazer o trabalho do dia-a-dia nos bairros.” Hayashi afirmou que sua lista de militantes chega a 300 nomes, que irão se empenhar voluntariamente.

Apesar da pratica de contratar cabo eleitoral ser comum, muitos candidatos evitam assumir publicamente. “Eu não contrato, porque a parentada é grande. Mas quando você é vereador, muitos querem cobrar para fazer sua campanha e cobram até R$ 30 por dia”, disse o presidente da Câmara, Juvenil Silvério.

Outros novatos optam pela ajuda de parentes e amigos. “É a guerra do tostão contra o milhão. O candidato pobre tem que contar com a ajuda dos parentes e dos amigos para fazer campanha”, disse o novato na disputa, Jamilton Emídio Pereira (PP).

O Vale