Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos embarcaram nesta terça-feira (17) para Brasília, onde se reúnem com o ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
Na pauta do encontro está a manutenção de 1.500 postos de trabalho que, segundo o sindicato, estão ameaçados pelo possível fechamento de uma das linhas de produção da fábrica da General Motors de São José dos Campos, setor conhecido como MVA. Nele, são montados os veículos, Corsa, o Classic e a Meriva, modelos que sairiam de linha. De acordo com o sindicato, a produção da Zafira já foi interrompida na semana passada.
“O sindicato fez uma série de propostas para buscar uma saída junto à empresa, mas a empresa não quer assumir a responsabilidade. Então, não nos resta outra saída a não ser pressionar o governo que está dando isenções fiscais, que está financiando a expansão da fábrica via BNDES, a exigir da empresa o compromisso social e a manutenção dos postos de trabalho”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Antônio Ferreira de Barros.
Em 2010, a GM propôs investir R$ 800 milhões em novos projetos na fábrica de São José dos Campos, sob a condição de baixar o piso salarial dos trabalhadores da produção. O sindicato rejeitou a proposta e os investimentos foram feitos na planta de São Caetano do Sul. Mas, o sindicato defende que, mesmo assim, nos últimos 15 meses a empresa demitiu 2.300 funcionários nas duas plantas.
Por telefone, o diretor de Assuntos Institucionais da GM disse que nesse momento não há nenhuma decisão sobre o fechamento do MVA e possíveis demissões de trabalhadores. Mas, ele disse que entre os dias 20 e 25 desse mês, a empresa vai reavaliar o mercado e decidir se há necessidade de diminuir a produção em São José dos Campos.
O economista Guaraci Lima de Morais disse que uma demissão desse porte pode afetar bastante a economia da cidade. “Uma indústria desse porte, demitindo, pelo menos de quatro a cinco empregos indiretos na autopeças e setores correlatos, vão ser perdidos, a cadeia produtiva perde. E tem toda a parte de serviços, comércios e serviços da cidade, que também perde de quatro a cinco empregos para cada um demitido da GM. Então, entre oito e dez pessoas vão sofrer o impacto para cada empregado mandado embora”.
Para protestar contra as possíveis demissões, os trabalhadores cruzaram os braços por uma dia. A paralisação de 24 horas realizada pela categoria se encerrou às 5h30 desta terça, quando os funcionários entraram para o trabalho na fábrica normalmente.
Vnews