A Câmara de São José pediu esclarecimentos à Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) sobre um pacote de obras entre a Via Dutra e a Rodovia Carvalho Pinto que não teriam sido executadas ou que estão sob suspeita de superfaturamento.
O contrato avaliado em R$ 144 milhões teria excluído a construção de uma passarela na Avenida Mário Covas, entre o Jardim Satélite e a Vila Luchetti, na zona sul da cidade, avaliada em R$ 3,2 milhões. Também está sob investigação suposto superfaturamento nas obras do viaduto Talim e na passarela da Unifesp.
As denúncias fazem parte de um dossiê elaborado pelo vereador oposicionista Wagner Balieiro (PT). A Câmara aprovou um requerimento apresentado por ele cobrando explicações da Dersa sobre as obras. O petista pretende encaminhar representação ao Ministério Público e acionar o Tribunal de Contas do Estado pedindo investigação sobre suposto ‘sumiço’ da passarela e dos itens com suspeita de superfaturamento.
Baleiro acusa a administração do PSDB de ‘sumir’ com a obra de passarela da Vila Luchetti. “Esta passarela estava prevista desde o início da obra. Ela é fundamental para a comunidade que hoje atravessa aquela pista com risco de morte”, disse o petista. Segundo ele, não há documentos informando possíveis trocas de obra. “Não há nenhuma justificativa para retirar a passarela. O que me leva a crer em indícios de obra paga e não realizada.”
A Dersa informou que, a pedido da prefeitura, fez substituições no pacote de obras. O dossiê petista aponta ainda o ‘sumiço’ de obras como a ligação entre a Tamoios e a Embraer, avaliada em R$ 20 milhões. A obra é apontada como uma solução para o congestionamento da Avenida dos Astronautas, que recebe cerca de 30 mil veículos por dia.
Segundo Balieiro, o estudo apontou ainda que obras previstas na terceira fase do convênio também não saíram do papel, como a marginal Capuava que teria 1,1 quilômetro, e a construção de muretas na passarela da Unifesp e na Dutra.
A Câmara também apura suposto superfaturamento na construção do Viaduto Talim. Na primeira etapa, executada em 2009, a obra custou R$ 9 milhões. Sua duplicação em 2011 custou R$ 24,7 milhões aos cofres do Estado. O petista também questiona o gasto de R$ 4,5 milhões na construção da passarela da Unifesp. “Passarelas semelhantes na Dutra custam a metade desse valor”, afirmou Balieiro.
O Vale