O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José dos Campos, completa hoje 50 anos em meio ao dilema sobre os rumos futuros da instituição.
Criado em 1961 com a missão de desenvolver programas no campo espacial, o Inpe, ao longo da sua trajetória, assumiu responsabilidades além da construção de satélites e de pesquisar o espaço.
A instituição está presente no cotidiano da sociedade brasileira por intermédio de serviços e pesquisas na área ambiental, como elaboração da previsão do tempo e de catástrofes naturais, monitoramento do desmatamento na Amazônia e realização de estudos das mudanças globais do clima e suas consequências para o território brasileiro.
Considerado o centro científico brasileiro com maior visibilidade internacional, o Inpe, no entanto, vivencia um momento polêmico, com a possibilidade de mudanças estruturais e de prioridades para o futuro.
A comunidade interna debate, ainda sem conhecimentos profundos, a proposta de o instituto e Agência Espacial Brasileira se fundirem em uma nova agência espacial.
Defensor do projeto, o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, analisa a fusão como a possibilidade de o instituto resolver problemas crônicos, como falta de recursos financeiros e humanos e melhoria salarial para os servidores, com a possibilidade de criação de um novo plano de cargos.Para Câmara, a fusão também irá fortalecer a instituição junto ao Estado brasileiro.
Com 44 anos de trabalho no instituto, o pesquisador José Humberto Andrade Sobral, 67 anos, é o servidor mais antigo do Inpe.Na sua opinião, o instituto passa por turbulências. Mesmo assim, não pensa na aposentadoria. Crítico, Sobral afirmou que o Inpe está se transformando apenas em um instituto prestador de serviço.
Para Fernando Morais, servidor há 36 anos, o Inpe teve um passado glorioso, vive um momento de fragilidade e pode ter um futuro dramático.
Morais, que também preside o Sindicato dos Servidores Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Vale do Paraíba, avalia que a instituição tem vivenciado altos e baixos, mandos e desmandos e nem sempre tem o reconhecimento que merece por parte das esferas governamentais. A preocupação atual é com a proposta de fusão e suas consequências para o Inpe.
O Plano Diretor elaborado pela direção do Inpe enumera 12 metas a serem cumpridas no período de 2011 a 2015.
Entre as principais está a efetivação de um programa de satélites de telecomunicação e observação da Terra para atender às demandas brasileira e internacional de comunicação, monitoramento territorial e oceânico, previsão de tempo e clima, e estudos sobre mudanças globais.
O plano destaca a necessidade de criação de centros operacionais de monitoramento e modelagem de clima espacial, desastres naturais e mudanças do uso da terra no Brasil.
Outro destaque previsto no plano é a ampliação da presença nacional do Inpe a partir das ações de pesquisa e desenvolvimento nos centros regionais na Amazônia, Nordeste e Sul, enfatizando as especificidades e desafios de cada região.
Também está prevista a necessidade de fomentar a infraestrutura, a gestão de competências e de pessoas, e os serviços administrativos de forma a garantir a execução das atividades do instituto.
O documento destaca que o orçamento anual do Inpe tem melhorado, passando da média de R$ 160 milhões para cerca de R$ 250 milhões.
O Vale
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