No horário de verão estima-se redução na conta de luz

Começa no próximo domingo o horário de verão nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e no Tocantins. À 0h, todos os relógios deverão ser adiantados em uma hora. Apesar do consumo de energia nesta época depender dos hábitos de cada família, segundo Marcos Scarpa, gestor executivo da EDP Bandeirante, é possível economizar até 5% na conta.

“Normalmente, a economia é pequena, da ordem de 1% ou 2%, mas aproveitando bem a iluminação natural e diminuindo o uso de eletrodomésticos é possível conseguir uma redução na conta.” Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), os 119 dias do horário de verão deverão gerar economia de R$ 280 milhões no país. Com uma hora a mais de luz natural, a demanda do horário cai 2.266 MW, o que equivale a cerca de 4,5% da demanda do Sistema Interligado Nacional.

Segundo Caroline Vidal Ferreira da Guia, meteorologista do Cptec/Inpe (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), nesta época, os dias são mesmo mais longos. “Nesta época, a Terra está mais inclinada no lado sul em relação ao sol, então a incidência de raios solares é maior.”

Essa é a melhor época para o setor de serviços e comércio. “Bares e restaurantes tendem a lucrar mais já que as pessoas passam mais tempo nas ruas”, afirma João Scarpa, vice-presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José. “Já nas lojas, não observamos um grande impacto.”

Sandra Teixeira, presidente da Acit (Associação Comercial e Industrial de Taubaté) discorda. “Essa época é muito boa para o comércio. As pessoas aproveitam para passear depois do trabalho. Há um aumento nas vendas.”

A enfermeira Ana Paula Braga, 25 anos, gosta desta época do ano porque consegue sair com o dia ainda claro. “Aproveito para sair com os amigos.” O pecuarista Wanderly da Costa Pereira, 52 anos, também comemora a chegada do horário de verão. “Consigo produzir bem mais. Depois do trabalho no campo, ainda tenho tempo para retocar uma cerca, consertar uma porteira. Normalmente eu teria que contratar alguém para fazer isso, portanto, acaba sendo uma economia financeira”, disse.

Segundo diretor regional do Ciesp (Centro da Indústria do Estado de São Paulo) de São José, Almir Fernandes, para as indústrias nada muda com a chegada do horário de verão. “Continuamos funcionando igualmente. Afinal, os horários de funcionamento e a produção não mudam”, afirma.

A agricultura talvez seja um dos poucos setores a ter prejuízo nesta época do ano. “Com o calor e a alta incidência de raios solares, as hortaliças tendem a murchar. Então, temos que mudar o nosso horário de trabalho, para não perder a produção”, afirmou o agricultor Basílio Panichek, 60 anos, de São José.

O horário de verão vai representar economia de R$ 280 milhões no período 2012-2013, segundo avaliação do ONS.  A previsão diz respeito à redução de contratação de valores nas usinas geradoras termelétricas e é mantida mesmo após recuo do governo da Bahia, que decidiu não aderir ao horário devido ao alto grau de rejeição da população.

O horário de verão vai até dia 17 de fevereiro de 2013.  As estimativas do órgão são economia entre as 4% e as 4,5% da demanda para o horário de pico, entre as 18h e as 21h, nos 119 dias em que durará.  Segundo o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, a medida terá repercussão financeira ao consumidor, pois diminui os custos de operação e reflete sobre o valor pago pela energia. A conta do impacto, porém, não é direta.

O efeito ocorre na diminuição da contratação para horários específicos. O ONS estima que a economia de energia, no todo, não ultrapasse os 0,5% no período abrangido.

O Vale

Publicado em: 19/10/2012