Cidade tem central de desastres oferecido pelo Governo

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, anunciou ontem a transferência da sede do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) de Cachoeira Paulista para o Parque Tecnológico de São José dos Campos.

O anúncio foi feito na prefeitura onde foi assinado protocolo de intenções entre o governo federal e o governo municipal para a transferência do Cemaden. O prefeito Carlinhos Almeida (PT) assinou projeto que será encaminhado à Câmara para a doação de uma área de 57 mil metros quadrados no Parque Tecnológico para a construção da sede do Cemaden.

De acordo com o ministro Raupp, inicialmente, o Cemaden ocupará, provisoriamente instalações no núcleo do Parque Tecnológico. “A nossa previsão é que o Cemaden seja transferido de Cachoeira Paulista para São José dos Campos em seis meses”, disse Raupp.

O governo federal irá investir R$ 50 milhões na construção da nova sede e na compra de equipamentos para os laboratórios do Cemaden. A expectativa é que a obra seja concluída em dois anos. Também está previsto a contratação de pelo menos mais 80 profissionais, por meio de concurso público.

Atualmente, o Cemaden tem cerca de 100 funcionários, segundo o ministro. A área que será doada pelo município é ao lado da empresa Vale Soluções em Energia. Desde a sua criação, em dezembro de 2011, o Cemaden funciona no Inpe em Cachoeira Paulista.

Segundo Raupp, o local era provisório. “No começo de operação, o Cemaden precisou do apoio do Inpe. Como a base de previsão de tempo está localizada em Cachoeira Paulista foi uma escolha natural, enquanto não havia a definição permanente do local”, disse ministro.

O secretário de Políticas e Programas de Desenvolvimento do ministério, Carlos Nobre, disse que a decisão de transferi o Cemaden para São José tem o objetivo de deixar o organismo próximo do polo científico e tecnológico da região, que sedia importantes centros de pesquisa, como o Inpe, o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica e o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial).

O prefeito Carlinhos Almeida destacou que o Cemaden, além da sua importância, vai gerar postos de trabalho e demanda de serviços. “Isso é muito bom para a cidade”, disse. Atualmente, cerca de 300 cidades em todo o país são atendidas pelo sistema de monitoramento do Cemaden. Seis municípios da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte estão nessa lista, como Campos do Jordão, cidades do litoral e São José dos Campos.

O Cemaden foi criado em 2011, após a catástrofe ocorrida na região serrana do Rio de Janeiro durante o verão de 2010passado, que resultou em mais de 900 mortes por causa das chuvas. A principal função do centro é justamente monitorar áreas de risco e dar alertas para evitar ou amenizar catástrofes naturais.

As operações de monitoramento iniciaram-se efetivamente em 2 de dezembro de 2011 e o sistema de monitoramento funciona em regime de plantão 24 horas por dia. O Cemaden trabalha em conjunto com o Cenad (Centro Nacional de Gestão de Riscos e Desastre Naturais), do Ministério da Integração, que recebe e divulga os alertas feitos pelo Centro de Monitoramento. Também participa a Defesa Civil.

No ano passado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação anunciou a compra de 1.100 pluviômetros para ajudar o Cemaden no trabalho de monitoramento de áreas de risco em todo o país. Os equipamentos devem ser instalados este ano. Entre localidades que terão o equipamento estão a serra da Mantiqueira, a região serrana do Rio de Janeiro e o Vale do Itajaí (SC). O Cemaden também utiliza radares meteorológicos e dados de estações de outros órgãos já em funcionamento pelo país.

O Vale

Publicado em: 12/03/2013