O consumidor precisa estar atento na hora de captar empréstimo bancário, alertam especialistas da região. Embora os juros do cheque especial tenham registrado sua maior queda desde 2008, a taxa ainda é uma das mais altas do mercado, conforme avaliação do Banco Central. Segundo o BC, a taxa de juros do cheque especial caiu 16,1 pontos percentuais de junho para julho.
Ficou em 151% ao ano, a menor da série histórica do Banco Central desde março de 2008 (149,8% ao ano). Levantamento feito pelo Procon (Fundação de Proteção e de Defesa do Consumidor), de São Paulo, no dia 2 de agosto, detectou pequena redução na taxa de juros do cheque especial em alguns bancos.
O Bradesco alterou de 8,86% para 8,82% ao mês, o que significa um decréscimo de 0,04 ponto percentual, representando uma variação negativa de 0,45% em relação à taxa de julho. No HSBC, a alteração foi de 9,94% para 9,89% ao mês, o que significa um decréscimo de 0,05 ponto percentual, representando uma variação negativa de 0,50% em relação à taxa de julho.
O Itaú alterou de 8,85% para 8,81% ao mês, o que significa um decréscimo de 0,04 ponto percentual, representando uma variação negativa de 0,45% em relação à taxa de julho. No período avaliado, o Santander alterou de 9,95% para 9,91%, o que representa um decréscimo de 0,04 ponto percentual, uma variação negativa de 0,40% em relação à taxa de julho deste ano.
Na avaliação do Procon, as reduções feitas pelo governo da Selic (taxa básica de juros) continuam não sendo repassadas para as taxas de operações de crédito na mesma proporção. Anteontem, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) anunciou mais uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros da economia brasileira, que passou a ser de 7,5% ao ano.
“Em tese, a redução da Selic deveria refletir também nas taxas praticadas pelos bancos, mas não é isso que acontece na prática”, disse Luiz Carlos Laureano, economista do Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômicas e Sociais), da Universidade de Taubaté.
Ele recomenda cautela ao consumidor. “A recomendação é evitar utilizar o cheque especial e o cartão de crédito para empréstimos, pois possuem as mais altas taxas de juros”, disse o economista. Para o Procon, o consumidor, se puder, deve evitar empréstimos, especialmente na modalidade cheque especial, que é o que vem apresentando as maiores taxas.
“O consumidor só deve recorrer ao cheque especial em momentos de emergência. Depois, precisa buscar outros mecanismos para não ficar dependente dessa modalidade”, disse o diretor do Procon de São José dos Campos, Sérgio Werneck de Almeida.
O Vale