Menos de 1% da carga de empresas da região sai ou entra pelo Aeroporto de São José dos Campos. O restante vai parar nos terminais de Guarulhos e de Viracopos, em Campinas, segundo o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). Em 2011, 72 mil toneladas tiveram o Vale como destino de partida ou chegada depois de sair dos outros terminais paulistas. Já o aeroporto de São José movimentou 72 toneladas, 13% a menos do que em 2010.
A falta de estrutura em São José para o armazenamento das cargas impede que a mercadoria seja transportada diretamente à região via aérea. Desta forma, empresas da região gastam mais com logística e o terminal deixa de faturar com taxas alfandegárias. Dados da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) mostram que em 2011 o crescimento de movimentação de cargas nos terminais operados pela empresa, entre eles, Guarulhos e Viracopos, foi de 3,6% em relação a 2010.
De acordo com o especialista em transporte aéreo e ex-superintendente de infraestrutura da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Anderson Correia, o terminal de São José poderia ser a alternativa para desafogar os aeroportos de Guarulhos e Viracopos.
“Guarulhos encontra-se em saturação iminente. O aeroporto não comporta mais nenhum voo internacional em horários de pico. Viracopos também já está enfrentando saturação hoje, o que transforma São José dos Campos na alternativa real para movimentação de carga internacional por sua localização muito boa em termos de rodovias”, afirmou.
Correia afirma ainda que a demanda de mercadorias da região é suficiente para que São José receba frequência diária de voos de carga. “Campinas processa carga não apenas de Campinas, mas do Paraná, Centro-Oeste, Minas Gerais, Rio de Janeiro e todo o Estado de São Paulo. A mesma situação poderia ocorrer com São José, que poderia processar a carga do Vale, mas também de outras regiões adjacentes”, disse o especialista.
Entre as mudanças necessárias para que o terminal local ‘decole’ nos voos de carga estão a construção de um acesso pela Rodovia dos Tamoios, outra pista de táxi, estacionamento de veículos de passageiros e caminhões, além de escritórios administrativos.
“O mais difícil já existe, que é a pista de 3.000 m. Não existe qualquer outro aeroporto no Estado de São Paulo com esta condição”, disse Correia. Para o presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial de São José), Felipe Cury, investimentos no terminal só poderão ser feitos com a saída da Infraero do comando. “A Infraero não faz e não deixa ninguém fazer.”
O Vale