Pela primeira vez, desde que chegou ao parlamento municipal em 1997, o PSDB de São José dos Campos terá a missão de fazer oposição e fiscalizar o governo do PT, a partir de janeiro de 2013. Os quatro vereadores tucanos que conseguiram se reeleger na eleição de domingo passado afirmam que não será uma missão fácil.
Acostumados ao confortável papel de aliados do Executivo, a ter fácil acesso às informações da prefeitura e a benefícios, como indicar obras em seus redutos e nomes para cargos comissionados, os parlamentares tucanos vão enfrentar uma nova situação.
“Vamos ter muito trabalho, porque será uma situação completamente nova para nós”, disse o atual presidente do Legislativa, Juvenil Silvério, que se reelegeu para o segundo mandato com 4.665 votos. Ele avalia que todos os quatro parlamentares vão ter que aprender a fazer oposição. “Será um aprendizado, mas vamos enfrentar o desafio”.
Juvenil não descarta, inclusive, a possibilidade de a bancada tucana ficar isolada, assim como acontece hoje com os vereadores do PT. “Essa é uma possibilidade real. Mas só vamos ter certeza disso quando começar a nova legislatura”, ponderou. Pelo resultado das urnas, o grupo que apoiou o PSDB na disputa pela prefeitura conseguiu maior número de cadeiras, 11 das 21. No entanto, nos bastidores, pouco se acredita que o grupo todo, que inclui o DEM, PPS e PP, formará uma bancada oposicionista ao prefeito eleito Carlinhos Almeida (PT).
Como presidente em exercício do PSDB municipal, Juvenil convocou uma reunião da executiva do partido para amanhã, para iniciar um debate sobre o assunto. “Será uma primeira reunião de avaliação do resultado da eleição e para começar a discutir a atuação da bancada no próximo governo”, disse.
Na opinião do parlamentar, a bancada vai ter que “trabalhar unida”. “Se isso não acontecer, não vai funcionar”. O vereador tucano Fernando Petiti, que foi reeleito com 6.389 votos, disse que o PSDB terá papel fundamental na fiscalização do futuro governo.
“Não podemos abrir mão de fiscalizar e acompanhar os atos do governo. Vamos ter que exercer esse papel”, disse. Já a tucana Dulce Rita, que se reelegeu com 6.397 votos, ponderou que a bancada tem que ser oposição, mas não “uma oposição raivosa”.
“Temos que fazer oposição com justiça e não como o PT faz hoje”, afirmou. A secretária de Defesa do Cidadão, Marina de Fátima de Oliveira, integrante do PSDB, afirmou que o partido tem obrigação de ajudar a bancada e também fiscalizar os atos do futuro governo.
O Vale
Publicado em: 15/10/2012