A presidente Dilma Rousseff (PT) anuncia hoje a retomada do projeto do TAV (Trem de Alta Velocidade) entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Com 510 quilômetros de extensão, a ferrovia de alta velocidade cortará a Região Metropolitana do Vale do Paraíba, que terá pelo menos duas estações: uma em Aparecida e outra a ser definida pelo operador do sistema. São José dos Campos é uma das cidades cotadas para abrigar a segunda parada.
A retomada do projeto do TAV será anunciada pela presidente em cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença de empresários e de representantes de diversos segmentos, entre eles a Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária).
O pacote de medidas, denominado de Plano Nacional de Logística Integrada, com investimentos que podem chegar a R$ 90 bilhões, será divulgado em etapas. As ações contemplam obras em portos e aeroportos e a concessão de rodovias e ferrovias. O TAV foi embutido no pacote.
O primeiro passo para a retomada do Trem-Bala aconteceu na semana passada, com a posse da diretoria da Etav, estatal que irá cuidar do projeto. A empresa tem como presidente Bernardo Figueiredo, ex-diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), um dos condutores do projeto do Trem-Bala. Após o fracasso dos dois leilões de concessão do TAV, o governo federal decidiu rever a modelagem do processo e optou por “fatiar o projeto”.
A previsão é implantar a ferrovia de alta velocidade em duas fases. Uma seria para a definição do consórcio operador, que também será o responsável pelo fornecimento e transferência da tecnologia da ferrovia de alta velocidade. A outra fase é a construção da ferrovia, as obras do projeto.
Nesse item, o governo estuda também “fatiar” a implantação da ferrovia em lotes que seriam concedidos a empreiteiras nacionais e internacionais para acelerar a construção. A expectativa do governo agora é que a obra da ferrovia de alta seja iniciada em 2014, com conclusão em 2020.
Para o presidente da Abifer, Vicente Abate, a sinalização do governo de que planeja mesmo construir a ferrovia é positiva para o setor ferroviário nacional. “A ferrovia de alta velocidade é uma alternativa importante para o transporte de passageiros no país. Ela é segura e ambientalmente correta”, disse o executivo.
Para o vice-presidente da ADTrem (Agência de Desenvolvimento de Trens Rápidos entre Municípios), Gerson Toller, a iniciativa com relação ao projeto do TAV é positiva. “Quanto mais tempo o governo levar para implementar o TAV, mais caro o projeto irá ficar”, afirmou.
O Vale