Trabalhadores da construção civil de São José fizeram dois protestos ontem cobrando a abertura de vagas para o setor na Revap (Refinaria Henrique Lage), da Petrobras, na zona leste da cidade. O Sintricom (sindicato da categoria) diz que três novas empresas terceirizadas passarão a prestar serviços na refinaria em março, com abertura de 3.000 vagas.
A categoria exige que esses postos de trabalho sejam ocupados por mão de obra local. Eles afirmam que as terceirizadas não têm cumprido o acordo de contratar pelo menos 60% de trabalhadores residentes no município e região.
Os protestos ocorreram em frente à Revap e ao Paço Municipal. A prefeitura prometeu ajudar nas negociações. A assessoria da Revap diz que as contratações são de competência das empresas terceirizadas. Nos últimos dois anos, a construção civil fechou 1.615 postos em São José, segundo dados do Ministério do Trabalho.
Logo no início da manhã, às 6h, cerca de 2.000 trabalhadores ficaram acampados em frente à Revap por duas horas. Depois, aproximadamente 300 deles seguiram para a frente do Paço, onde também fizeram manifestações por duas horas, das 10h às 12h. Não houve confusão.
Representantes do sindicato foram recebidos pelo chefe de Gabinete da prefeitura, Paulo Roitberg, e o secretário-interino de Relações do Trabalho, José Luis Nunes. “A prefeitura ficou de nos dar uma posição sobre o agendamento da reunião com a Petrobras em 48 horas. Vamos aguardar”, disse o diretor do Sintricom, Ivan Rodrigues. O sindicato recolheu vários currículos dos trabalhadores presentes ao protesto para tentar obter as vagas. Aqueles com comprovação de residência em São José terão prioridade.
Em nota, a assessoria da prefeitura diz que uma das propostas discutidas durante a reunião foi a de que as contratações futuras na Revap sejam feitas por meio do cadastro único mantido pelo PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), que facilita a visualização de empregados residentes na cidade.
“A prefeitura já entrou em contato com a refinaria e um encontro será marcado para debater o assunto. O prefeito Carlinhos Almeida (PT) deverá participar dessa reunião”, diz a nota. A assessoria da Petrobras informou, em nota, que orienta as empresas contratadas que priorizem a contratação de mão de obra local, cumprindo o acordo coletivo. Porém, o comunicado destaca que a Petrobras contrata serviços e, não, mão de obra. “O dimensionamento da mão de obra é de responsabilidade das contratadas”, diz o texto.
O Vale
Publicado em: 05/02/2013