Prefeitura não cumpri e projeto de Transporte Coletivo para

Um ano após a conclusão do processo que remodelou o transporte público, a Prefeitura de São José não cumpriu projetos essenciais para a melhoria do sistema. Todas as exigências ignoradas são de responsabilidade da administração municipal e são um dos motivos do encarecimento da tarifa aprovado no ano passado.

Além de mexer no bolso, os projetos que foram deixados de lado mexem no desempenho do sistema como as faixas exclusivas em horários de pico para aumentar a velocidade dos coletivos. Prometido para 2010, as faixas ainda não tem previsão de serem implantadas. A Secretaria de Transportes informou que o projeto ainda depende de obras de adequação em alguns corredores.

Outro projeto que não saiu do papel está a divulgação do teste de satisfação dos usuários. A medida está prevista no edital de licitação do sistema. De acordo com o contrato, a cada semestre a prefeitura deveria elaborar e divulgar uma pesquisa que aponte o desempenho das empresas e a avaliação dos moradores.

Além de tornar transparente o atendimento prestado à população, o teste iria criar um mecanismo objetivo na decisão de distribuição das novas linhas. Segundo o edital, a empresa que tivesse o melhor desempenho na pesquisa teria preferência em operar novas linhas aumentando seu faturamento.

Até agora, no entanto, o governo do prefeito Eduardo Cury (PSDB) não divulgou nenhuma pesquisa, apesar de ter prometido a divulgação em agosto e depois em dezembro do ano passado. A Secretaria de Transportes informou na última semana que a tabulação do índice está finalizada, mas não informou quando irá divulgar os dados. De acordo com a pasta, as novas linhas estão sendo distribuídas de forma que ‘não afete a logística e o operacional’ das concessionárias.

A prefeitura também não instalou os painéis eletrônicos nos pontos que iriam informar o tempo de espera para a chegada das linhas. Esse projeto ainda está em fase de elaboração do edital de licitação, segundo o secretário de Transportes, Anderson Farias Ferreira.

A Prefeitura de São José construiu apenas uma das 13 estações de conexão que, segundo o edital, estariam prontas até julho de 2009. As concessionárias de ônibus quando pediram o reajuste da tarifa no ano passado informaram que a inexistência dos terminais aumenta o custo operacional das linhas.

As estações tem objetivo de dividir as linhas do centro das que seguem sentido bairro. Isso porque é ponto final das linhas que vieram da região central e o de partida das linhas que vão para os bairros mais distantes daquela região.

Apesar da proposta prever dar mais agilidade e facilidade de locomoção, o único terminal criado pela prefeitura no Campos de São José (zona leste) foi reprovada pelos usuários. Entre as críticas está a cobrança dupla que ocorre em casos. A prefeitura informou que irá fazer mudanças no terminal e que não existe cronograma para instalação das demais estações, mas que o projeto não está descartado.

“Sobre a ECO, avalio que seja mais uma prova da falta de transparência de como vem sendo conduzida a política de transporte público na cidade”, afirmou o defensor público, Jairo Salvador dos Santos que ingressou com uma ação civil pública na Justiça contra a prefeitura.

“A ação segue seu trâmite, após apresentação da contestação da prefeitura, acabei de apresentar réplica, desconstruindo os argumentos apresentados de que toda a legislação estaria sendo cumprida”, afirmou Santos. O sistema de transporte público de São José atende uma média de 280 mil usuários por dia.

O Vale