O fim das sacolas plásticas gera polêmica na cidade

A polêmica sobre o fim das sacolas plásticas no comércio está longe do fim na região. Nem o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado na sexta-feira entre Procon, Ministério Público de São Paulo e representantes dos supermercados diminuiu as reclamações.

O acordo prevê que por 60 dias as lojas filiadas à Apas (Associação Paulista dos Supermercados) ficam obrigadas a fornecer aos clientes embalagem compatível com os produtos adquiridos, caso esses consumidores não possuam sacolas próprias.

Desta forma, se embalagens como caixas e sacolas de papel estiverem em falta, os supermercados deverão oferecer, sem custo, sacolas plásticas convencionais. A medida gerou confusão nos supermercados da região. Consumidores reclamam do preço cobrado pelas sacolas e o desconforto em carregar embalagens como caixas de papelão.

“Detesto andar com caixa na mão. Para quem tem que pegar ônibus, é um incômodo grande”, disse a empregada doméstica Maria Aparecida Nascimento, 30 anos, de São José, que pela comodidade no transporte público preferiu gastar R$ 0,19 em uma sacola biodegradável.

O preço das sacolas retornáveis foi outro ponto abordado pelo TAC. A partir de agora, as lojas deverão oferecer alternativas de sacola reutilizáveis com preço máximo de R$ 0,59. “É um absurdo. Os supermercados sempre disseram que o preço da sacola estava embutido no produto. Agora, com a mudança, quem paga essa diferença é o consumidor”, afirmou a comerciante Luiza Carvalho, 56 anos.

Durante a semana, as lojas estariam conseguindo oferecer caixas de papelão e outras opções. A falta de embalagens acontece aos finais de semana e datas próximas ao pagamento de salário. “No sábado, não havia caixa, nem sacola. Quem quisesse levar produto, tinha que pagar pela sacola ecológica, que não é nada barata. Hoje (ontem) há caixas, mas no final do dia quero ver se vai estar assim”, afirma a comerciante Leandra Silveira, 29 anos.

O Extra, supermercado em que Leandra foi no sábado, informou por meio de sua assessoria que prioriza a distribuição de caixas de papelão e que, em caso da falta da embalagem, oferece sacolas biodegradáveis gratuitamente.

O Procon salienta que o consumidor deve ter pelo menos uma opção para levar os produtos para casa. “O supermercado não pode, por exemplo, oferecer caixas de produtos de limpeza para que a pessoa coloque um alimento. Ela deve ter outra opção”, disse o diretor do Procon de São José, Sérgio Werneck.

No Procon das três maiores cidades da região, apenas uma queixa sobre falta de opções de embalagem foi formalizada após entrar em vigor o acordo para o fim das sacolas plásticas, em 25 de janeiro. “As pessoas reclamam, pedem informação, mas não levam essa reclamação adiante”, disse a diretora do Procon de Taubaté, Regina Pelúcio. O descumprimento do TAC pode acarretar em multa diária de R$ 25 mil.

 O Vale